Cap 17

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Mallory

Minha cabeça ainda estava nas letras nas paredes de ontem.

Quem fez isso me conhece muito bem até ao ponto de saber onde trabalho e onde vivo.

Mas quem?

Eu ainda estou desconfiada de Lincoln mas não sei onde o encontrar e mesmo que o fizesse, ele não me diria a verdade.

Estava organizando uns papeis quando alguém bateu na porta e permiti  que entrasse.

Era um homem e um menino de mais ou menos nove anos.

Não precisei falar para que eles se sentassem nas cadeiras a minha frente porque logo que entraram o fizeram.

—Eu não sei o que meu filho tem mas tem vezes que ele desmaia do nada e volta a acordar uns minutos depois.

Olhei para o menino que se concentrava em brincar com as canetas em cima da mesa.

—Vamos examina-lo. Peço que deixe ele em cima daquela cama alí.— apontei e ele seguiu meu dedo até a direção onde a cama estava.

Ele carregou o menino e deixou-o lá enquanto eu levava tudo o que precisava para examinar o menino.

Me aproximei deles e coloquei o estetoscópio no peito do menino para ouvir seus batimentos cardíacos.

Tirei assim que percebi que estava tudo bem e fiz outros exames.

Com os exames que eu fazia não encontrava resultado nenhum.

Mas acho que já sei o que ele tem

—Vamos ter que fazer o Tilt table test.— informei e o senhor me olhou com uma cara de quem obviamente não sabia.

—Desconfio que ele possua uma certa síndrome, por isso vou fazer esse exame para ter a certeza do que ele tem.— eu disse e ele assentiu em concordância.

Ele pegou na criança e me acompanhou até a sala onde eu faria o exame.

Entramos na sala e tomei a criança de seus braços e coloquei-o deitado em uma cadeira inclinada.

—Isso não vai doer, está bem?— assegurei enquanto apertava o cinto da cadeira nele e o mesmo assentiu meio inseguro.

Afastei-me dele e fui até um canto da sala que possuía uma alavanca.

—O que a doutora vai- — antes dele terminar de falar puxei a alavanca e a cadeira deitou parecendo uma cama.

Fiz esse movimento algumas vezes e percebi o menino passar mal e por fim desmaiar.

—Você tá louca!? Você acabou de matar o meu filho!— o senhor berrou e eu o ignorei indo até o menino e tirá-lo da cadeira.

—Ele não morreu, apenas está desmaiado. Segure nele por favor.— o senhor ainda com a carranca segurou no menino e eu fui até um computador para ver o resultado do exame.

Como eu suspeitava

—O resultado deu positivo o que significa que o seu filho tem síndrome vasovagal.

—O que é isso?

—Na minha sala explicarei melhor.

(...)

—Quer dizer que o seu filho tem perda transitória da consciência, ou seja, desmaio provocado pela diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos por ação do nervo vago, localizado na região da nuca.

—Tem uma cura para isso, doutora?

—Infelizmente não mas, tem um remédio que ele pode tomar para amenizar a síndrome.— escrevi o nome do remédio no papel e entreguei-o.

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