Cap 29

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—Muito bem, acho que não esqueci nada.— mamãe murmurou para si mesma enquanto eu estava correndo de um lado para o outro lhe entregando tudo o que ela esquecia de levar.

—Certeza que não posso ir com você?— perguntei pela milésima vez.

—Não minha linda, é só para adultos. Mas você vai ficar com o papai, podem se divertir muito enquanto eu não estiver.— falou alegremente e meu corpo arrepiou.

—Não..!

—Por que? Você não gosta de ficar com ele? Tem alguma coisa que ele faz que você não gosta?

Estava pensando se finalmente falaria a verdade mas papai apareceu atrás dela com um olhar mortal em mim e eu baixei minha cabeça.

—Não tem nada de mais.— falei sentindo meu corpo pesar.

—Tá bom então, volto daqui a algumas horas.— falou se abaixando e deixando um beijo na minha bochecha e virou-se também dando um beijo no papai.

Eca

—Tchauzinho.— se despediu, o papai a acompanhando para a porta e eu aproveitei para correr e me trancar no quarto.

Se eu ficar aqui até a mamãe voltar talvez não aconteça nada.

Senti passos subindo a escada e a cada passo, minha respiração cortava.

Que ele não suba, que ele não suba

Alguém tentou abrir a porta, que não abriu por estar trancada, e voltou me fazendo suspirar de alívio.

Mas meu alívio foi-se embora quando os passos voltaram e a pessoa, que eu sei muito bem quem é, voltou a tentar abrir a porta.

Eu rapidamente me escondi debaixo da cama e cobri minha boca para não fazer barulho.

Assim que a porta foi aberta minha alma saiu do corpo.

Não não não

—Mallory...onde você está filha? Eu não quero fazer nada com você...— me mantive calada e quieta, ele sempre fazia isso para eu sair do meus esconderijo e fazer sabe se lá o que comigo.

—Já te achei.— espreitou debaixo da cama e começou a me tirar de lá a força e me jogou em cima da cama.

—Não! Por favor não!— implorei, já sentindo lágrimas se formando em meus olhos.

—Se você ser uma boa garotinha, eu não vou te machucar.— falou tentando tirar minha blusa e eu gritei.

—Socorro! Alguém me ajude!— gritei e como punição, recebi um grande tapa que quase me jogou para fora do quarto.

Minha bochecha doía, e meu rosto já estava molhado pelas lágrimas que escorriam.

—Que corpo lindo.— falou quando rasgou minha blusa e mais lágrimas caíam.

Por mais que eu tentasse tirar ele daqui eu não conseguiria, ele é quatro vezes maior e mais forte que eu.

Eu tentava me debater mas não adiantava de nada

Nunca adiantou

—Por favor.....me deixe ir, não faça isso comigo!— supliquei, ele lambendo meu pescoço e peitos e eu queria vomitar.

Eu só tenho sete anos.......é assim que um pai deve tratar sua filha?

Acordei em um sobressalto, o ar faltava em meus pulmões e eu me levantei esfregando meu pescoço.

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