Quase tradicional

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O poeta contemporâneo
não bebe seu café religiosamente
aos domingos à tarde.
Ele permite a si mesmo
beber uma coca-cola e tomar um sorvete
de vez em quando.


Deixa-se assistir também à sua televisão,
ao invés de ler um jornal.
Critica mais sua própria existência
do que o país e as coisas
(ainda assim não deixa de criticar).


Ele escreve e muitas vezes não assina,
receoso dos julgamentos dos demais.
Mas nenhuma destas coisas
o faz menos poeta.


Do que realmente somosOnde histórias criam vida. Descubra agora