Penumbra

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Viver abaixo de sombras,
escondido em esquinas e becos.
Não olho muito para o sol,
acostumei-me às sombras,
não aguento mais tamanha clareza.

Tudo para mim deve ser obscuro
para que eu possa entender.
As lembranças como navalhas.
E eu as uso sem nem mesmo querer,
obrigo a mim mesmo sem nem mesmo
tentar
e resistir.
E não culpo-me, pois não é o que desejo.

As sombras engolem minha alma
e lembram-me do que já passou.
Sem dar-me conta do que se passa,
aceito o destino que a vida deu-me.
E mesmo aceitando, contesto.

E mesmo tentando,
é mais forte do que eu,
não suporto que me controlem
e luto até o fim
com quem me esqueceu.

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