Segura ilusão

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Sinto o chão sob meus pés,
mas estará realmente ali?
As pedras, a terra,
poderei, de fato, tocar?

Os prédios assistem inertes.
As janelas espiam, e as pessoas
riem amedrontadas.
Perdão se as assustei.

Uma igreja anciã encara-me:
que espera? Uma confissão?
Ela não entende,
minha atenção, não merece.
Melhor distanciar-me.

Um lugar sombrio
parece oferecer abrigo, mas
é tão sombrio.
Devo temer?

Olho novamente para meus pés.
O chão continua lá.
Aparentemente,
não há de deixar-me tão cedo.

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