Atiradas às paredes, pessoas.
Maduras, que já devem ter
caído muito.
E verdes, descobrindo
o que há por vir.
Silenciosamente, espreito.Silenciosamente, vejo
seres atarantados de dor
e preenchidos por tamanho vazio,
que sequer cabe dentro de si.
Curiosamente, espreito.Curiosamente no encalço de todos,
mirando e notando.
Porém, nada é guardado,
tudo é memória perdida.
Inevitavelmente, espreito.Inevitavelmente, acordo para a realidade.
Dou-me de cara com a dura,
cristalina e dura verdade.
Diria que é boa, porém,
é apenas confortavelmente triste.
Infelizmente, espreito.Infelizmente, nem tudo vejo,
e, se desagradável é aos olhos a visão
sem tudo ver,
temo veementemente
a ideia de um dia enxergar.
Inertemente, espreito.Inertemente, o tempo caminha.
Correndo como as pessoas,
e devagar como as mesmas.
Incorrigível!
Tudo, porém, é inescrutável.Sem palavras e sem ações,
espreito.
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Do que realmente somos
PoetryPequena coletânea de poemas de minha autoria. Ao ler certamente notará uma natureza um tanto quanto irônica da maioria deles, mas isso é normal. Aproveite a leitura e obrigado por ler. P.s.: Livro em constante produção e edição, por vezes poderá oc...