Olá, meus amores! Tudo bem? Espero que sim🥰
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Jaqueline
Otávio estava muito silencioso e isso era preocupante demais. Eu realmente não sabia dizer se isso era bom ou ruim, pois desde que saímos de casa e pedi para que não fosse indelicado com Fernando e que pensasse na felicidade da irmã, ele ficou assim pensativo e quieto. É claro que ele a amava e tinha uma preocupação justificável devido ao antigo relacionamento dela, mas Otávio precisava entender que nem todas as pessoas são iguais e cada relação é uma.
—Você prometeu.
—Não prometi não.
—Amor, por favor! Não estrague esse momento. Você já pensou no quanto sua irmã está feliz? E, é exatamente pelo que ela já passou que merece um novo recomeço com alguém que a ame e valorize. Fernando a ama, assim como você me ama.
— Não sei.
— Otávio, você já parou pra pensar que se meus irmãos fizessem comigo a mesma coisa que você está fazendo agora não estaríamos juntos?
— Eles sabem que eu te amo. — sentia que essa conversa não daria em lugar algum e precisava de alguma estratégia que de fato surtisse efeito. Resolvi calar. Estávamos a caminho da casa dos pais dele. E tocava uma música bem baixinho. Fiquei refletindo naquela letra. A música falava sobre paz, sobre esperar por dias melhores e eu realmente esperava por isso naquele momento. Já havíamos passado por tantas coisas, merecíamos isso, dias melhores e de paz. E meu desejo mais sincero para esse dia era momentos agradáveis e com muita paz.
Vinícius tinha ido passar o final de semana com os avós e confesso que sentia falta dele quando não estava. O menino se tornou minha companhia no dia a dia, eu já tinha um apego muito grande, porém precisava entender que ele tinha a família da mãe. Eu não tinha o direito de impedir isso. Ele até queria ir com a gente no jantar, mas também sentia saudades dos avós. Essa necessidade era legítima, afinal, os avós são os parentes mais próximos à mãe. E esse laço precisa ser preservado pelo bem estar dele. A sua presença no jantar seria ótimo, pois as primas o adoravam e ficaram tristes quando souberam que ele não poderia ir. Elas ficaram empolgadas desde que descobriram a existência do primo e sempre que podiam queriam estar com ele. Mas outras oportunidades não faltarão, afinal, ele fazia parte da nossa vida cotidiana agora.
— Por que ficou tão calada de repente? — perguntou
— Por nada, só acho que nossa conversa não vai dar em nada mesmo. Afinal, nada do que eu falar vai te convencer. Você é muito ciumento e turrão.
— Não sou turrão. — retrucou
— É sim, parece uma mula empacada.
— Quê! — olhou em minha direção com os olhos arregalados. —Mula empacada? Minha filha está ouvindo você falar essas coisas.
— Preste atenção aí na direção! — o repreendi, ignorando a reação dele. Minha vontade era rir, mas tinha que manter a postura. — O bom é que Maya já vai aprendendo desde de agora o pai que tem. — Falei olhando em seus olhos e ele ficou, não sei explicar a cor, roxo, talvez. O fato é que eu consegui irritar ainda mais o homem. Porém não parei por aí. — Só digo uma coisa: sua irmã está muito feliz e, se você conseguir dormir tranquilo depois de estragar o momento dela, vá em frente. — o homem não respondeu mais nada. Foi o restante do caminho em silêncio e com uma expressão carrancuda.
**Otávio
Agora eu era turrão, uma mula empacada, ainda por cima, minha filha ouvindo a própria mãe falando mal do pai. Como ela cresceria desse jeito, com uma imagem ruim de mim? Além do mais, Teresa é minha irmã, eu não vou estragar nada. Só estou protegendo-a de sofrer. Turrão! Mula empacada! Agora só me faltava essa. Eu não sou criança, sei bem o que estou fazendo. Era melhor não falar mais nada.
Chegamos na casa dos meus pais e, assim que colocamos os pés dentro da casa, as meninas já vieram correndo em nossa direção, mas o alvo era a Maya. Elas ficavam rodeando, encantadas e ansiosas para pegar no colo. A Jacke prometeu que deixaria, mas teriam que sentar no sofá e de pronto correram para a sala eufóricas e discutindo quem seria a primeira. Estavam tão lindas! O pior, falavam do namorado da mãe com entusiasmo, ou seja já sabiam.
Eu fiz questão de recepcionar o indivíduo quando a soou a campainha. Fui até a porta de entrada principal da casa, Jaqueline fechou a expressão pra mim, como se estivesse me dando um último aviso. Mas eu não dei atenção, ainda estava com raiva pelas ofensas e por me caluniar na frente da minha filha.
Eu já o conhecia, então não precisava de apresentações. Abri a porta e lá estava ele, com um sorriso enorme naquela cara.
— Boa noite! — Saudou, com entusiasmo irritante em seguida estendeu a mão em minha direção.
— Boa noite. —Eu era educado, não o deixaria com as mãos estendidas ao vento.
Ainda apertava a mão dele quando vi seu olhar mudar de direção e um brilho diferente, a boca se abriu, eu conhecia esse olhar. Gelei por dentro, Jaqueline tinha razão em uma coisa, eu era ciumento. Virei para olhar para o mesmo alvo. Ela estava linda, radiante! Nunca vi minha irmã tão linda daquele jeito, mas não era pelo vestido ou pela maquiagem que usava, era a luz que emanava através dela. Tornei a olhar para o indivíduo ali diante de mim, igual dois de paus, parado na entrada, com o mesmo olhar. Quase ofereci um babador. Eu não sabia o que prevalecia mais dentro de mim naquele momento, o ciúme ou a constatação dos sentimentos ali expressados bem diante da minha cara. Meu orgulho era capaz de deixar tudo isso de lado?
“Só digo uma coisa, sua irmã está muito feliz e se você conseguir dormir tranquilo depois de estragar o momento dela, vá em frente”.
E lá estava Jaqueline me olhando e, pelo olhar, parecia me ler. Não bastava aquelas palavras dela martelando na minha cabeça, agora teria que lidar com aquele sorrisinho também. Fiquei inerte por alguns segundos, tentando lidar com minhas emoções que se confundiam dentro de mim gerando um grande conflito.
— Boa noite, meu jovem! — Ah tá, meu pai todo animado. —Vai ficar aí parado? Vamos entrar!
— Boa noite, Fernando! — Agora dona Anita, toda simpática.
Eu precisava de um whisky. Uma dose bem grande e forte.
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Barreiras de um coração (Spin-off de Uma nova Chance ao amor)
RomantikOtávio teve seu amor rejeitado pela mulher que amava. E essa decepção amorosa o fez criar uma barreira para relacionamentos e fechar por completo o seu coração. Desde então, decidiu viver a vida intensamente, prezando a sua liberdade mais do que qua...