Barreiras de um coração (Spin-off de Uma nova Chance ao amor)

Capítulo 30

Olá meus amores, tudo bom?

Queria avisar que, as coisas irão esquentar, em vários sentidos. Muita calma nessa hora! Tudo dará certo! 

E fogo no parquinho. 🔥🔥🔥

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Jaqueline

A semana passou voando, era sexta feira, final de expediente, estávamos prontos para irmos embora, quando Sissa bateu na porta, avisando que tinha uma pessoa na recepção solicitando falar com Otávio. Ele não queria atender, pois, como havíamos combinado, iriamos no dia seguinte para casa dos meus pais, dar a notícia de minha gravidez, e eu, ainda tinha que passar na faculdade para entregar um trabalho e arrumar minhas coisas. Estávamos cansados, loucos para encerrar o dia. Todavia, a pessoa parecia bastante insistente, e disse que se ele não a atendesse, faria um escândalo. Mesmo a contragosto, sugeri que ele a atendesse, enquanto eu iria no banheiro. Geralmente, Otávio não atendia sem que tivesse uma hora marcada, contudo, o fato de que essa pessoa, parecia realmente disposta a tudo, para falar com ele, era melhor evitar problemas. Não era bom para a imagem da empresa, estar envolvida em escândalos.

Talvez não fosse nada demais, e não demoraríamos muito tempo por ali. De repente, se tratava de algum cliente não satisfeito, ou algum ex funcionário revoltado, mas com certeza, ele conseguiria resolver da melhor maneira. Porém, nunca se sabe o que pode acontecer. Terminei de guardar alguns documentos na gaveta, peguei minha bolsa e segui para o banheiro, no meio do caminho, ouvi o barulho do elevador, provavelmente era a misteriosa pessoa. Resolvi esperar, e ver de quem se tratava, já com minha curiosidade aguçada, ultimamente andava assim. Aliás, tudo em mim, estava aguçado. O sono, a fome, o choro, minha libido, praticamente tudo.

Quando as portas se abriram e a pessoa saiu de dentro do elevador, logo de cara, não gostei do que vi. Uma mulher surgiu, muito elegante, alta, loura, os cabelos muito bem cortados e escovados, na altura dos ombros. Um ar petulante, o rosto perfeito, o corpo nem se fala. Não podia negar, era bonita, um pouco mais velha do que eu, deveria ter a idade de Otávio, mas era tão linda, de dar inveja a qualquer mulher. Parecia uma modelo. Respirei fundo, retomando minha confiança, e segui meu caminho. Não tinha com o que me preocupar. Não sabia de quem se tratava, mas uma coisa era certa, não era uma rival. Ao menos eu esperava que não fosse. Estava segura do amor do meu noivo, por que me preocuparia com essa mulher? Mas bem lá no meu íntimo, algo me dizia, me alertava do perigo. Mesmo não querendo ouvir a voz perturbadora em minha mente, sentia a necessidade de ficar em alerta. Ou quem sabe, fosse coisa mesmo da minha cabeça, o ciúme querendo me pregar uma peça, e me levando a fazer o papel de ridícula.

Tão agoniada fiquei, que nem me demorei no banheiro. Ao voltar, Sissa estava com uma expressão apreensiva, seu rosto vermelho, o constrangimento evidente. Ali, eu já senti que algo estava errado, e logo foi confirmado, ao ouvir a discussão acalorada do meu noivo, com a tal mulher. A secretária estava com um copo de água na mão, me puxou para sentar com ela, no sofá da recepção, e sem falar uma palavra, me entregou o copo. Eu sabia, o que eu ouvi foi pouco, tinha algo acontecendo.

— O que está havendo? Sabe o porquê desses gritos? E esse copo de água?

— Desculpa, querida, não sei o que está acontecendo. Eu só fiquei um pouco nervosa, com essa discussão. A água era para mim, mas achei que gostaria de beber um pouco. — senti um pouco de receio em suas palavras, com certeza ela ouviu algo ruim, mas não quer me falar. Aceitei a água, minha boca estava seca, cairia bem.

— Você só pode estar louca! — a voz dele estava mesmo alterada, o assunto era sério. — Isso tudo é um absurdo! Impossível!

— Não tem nada de impossível nisso, querido! — a mulher falou toda melosa, meu sangue começou a esquentar.