Capítulo 4

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Olá meus amores, tudo bom? 

Antes de mais nada, gostaria de deixar bem claro, mais uma vez, que sou completamente contra violência. Meu intuito em abordar o assunto violência doméstica no livro, é uma forma de alertar, dialogar, e de alguma forma, ajudar. Todos os dias, vemos mulheres morrerem, vítimas de seus parceiros. Então, espero que me entendam, é um alerta, e não conivência. Eu de forma alguma, compactuo com isso. 

Em caso de violência, ligue 180. Ou procurem a delegacia mais próxima de sua casa. E SIM, EM BRIGA DE MARIDO E MULHER, TEMOS QUE METER A COLHER. Não precisa mostrar a cara se não quiser, pode ser feito denúncia anônima. Mas não podemos nos calar!

Espero que gostem, e me perdoem por mais uma vez, ter que falar. Só gostaria de deixar bem claro esse ponto. 

Agora vamos ao capítulo❤️

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Jaqueline

O caminho até nossa casa, foi aterrorizante, Fábio pilotava aquela moto, a toda velocidade. Eu nem sabia de onde a tal moto tinha surgido. Perguntei, mas ele não me respondeu. Parecia um louco, e me arrependi, de não ter aceitado ajuda daquele homem. Mas como eu faria isso, como envolveria alguém em meus problemas? O que ele pensaria de mim, eu poderia até mesmo perder meu emprego. Nem sei como meu namorado, conseguiu entrar no condomínio. Eu já estava me preparando para o que iria acontecer, assim que entrássemos em casa. Me arrependi de ter ficado naquela despedida. Eu sabia que teria problemas, mas quis enfrenta-lo, quando na verdade, não passo de uma covarde, porque se fosse mesmo corajosa, não teria vindo para casa com ele. Nem mesmo o teria perdoado, quando me agrediu pela primeira vez. Minha vida viraria um círculo vicioso, e eu me tornaria mais uma nas estatísticas, e pensar nisso, causava um terror ainda maior.

Eu precisava pôr um fim nisso, mas como? Ele não me deixaria, foi bem claro quanto a isso. Fiquei pensando em um jeito de manter ele tranquilo. Eu sabia bem, o que aconteceria quando chegássemos em casa. Não tinha outro jeito, já estava decidida, poria um fim ao nosso relacionamento. Mas não falaria nada, eu teria que manter a calma, e não deixar que desconfiasse, sairia pela manhã, quando ele fosse trabalhar. Ainda não sabia para onde eu iria, talvez eu tenha mesmo, que voltar para minha cidade, para casa dos meus pais.

Assim que entramos em casa, ele avançou em mim, mas dessa vez, não bateu no meu rosto. Segurou meu cabelo, e com a outra mão, apertava meu braço, seus olhos pareciam de um demônio, de tão enfurecido. Me sacudia, ao mesmo tempo que puxava com força minha cabeça para traz, eu já imaginava que ficaria com uma tremenda dor de cabeça, tamanha a pressão que o puxão me causava. Gritava ensandecido, me ofendia, até que me jogou longe, e caí de costas no chão.

_ Eu tentei, Jaqueline, eu juro que tentei. Mas você não colabora. A culpa é sua, você está me enlouquecendo, me transformando nisso. Pensa que eu gosto de agir assim? Acontece que você _ apontou para mim, que ainda estava caída, tentando me levantar. _ me tira do sério. Eu disse que não queria que ficasse nessa merda de despedida. Mas você me ouviu?

_ Não havia nada demais lá...

_ Cala boca! _ gritou, bagunçando os cabelos, andando de um lado para outro. _ E tem mais. _ balançou os dedos, como um louco. _ Pensa que eu não vi, a forma como aquele homem te olhou. Não sou cego, eu sei quando um homem olha com cobiça, para uma mulher.

_ Ele é somente amigo do meu patrão, nunca troquei uma palavra com ele. _ consegui me levantar apoiando no sofá. Eu não queria chorar, mas estava difícil, porque minhas costas estavam doendo, e o medo que sentia, não colaborava em nada. Me sentia como um rato acuado.

Barreiras de um coração (Spin-off de Uma nova Chance ao amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora