Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Dançar em festas na comunal era sinal de que o álcool estava começando a fazer efeito na mente da S/n Higgs. Afinal, sair de sua pose séria e mudar sua cara fechada para uma face cortês necessitava de fortes fatores — fatores esses que podiam descer queimando em sua garganta, ou então lhe proporcionar a embriaguez disfarçada de doce, alguns juram que algo congelante também pode fazer isto — todos a conheciam, todos sabiam a peça de cada fim de semana de festa e o evento que aconteceria no próximo dia.
Mas Adrian Pucey queria mais a fundo do que parecia estar em sua companhia, sem que precise direcionar seu rosto a ele por não conseguir lhe manter parada num lugar só. Mesmo no quinto copo, suas mãos pareciam continuar tremendo de fúria ao ver olhares pecaminosos em cima da garota; e ao seu lado, o irmão dela — Terence Higgs — fazia o mesmo.
(...)
O dia seguinte sempre seria o pior, a ressaca e as lembranças de uma noite que não condizem com sua personalidade te assombram. Mas não adiantava se queixar, já que na próxima vitória aconteceria o mesmo.
Você ouve batidas na porta, e abre os olhos com tédio. Talvez o olhar rude tenha passado quando viu Pucey parado na porta, forçando uma cara de sério quando sua irritação na verdade havia se desfeito no momento em que o álcool diminuiu-se e sua consciência voltara ao normal.
— Trouxe uma coisa para você, Higgs. — ele estendeu uma poção lilás e borbulhante, mas que não parecia tão quente. — É boa pra curar ressaca.
Você fez sinal para que ele entrasse, não sabia se seria com um rosto que exalasse reprovação por conta do sobrenome usado para se referir a você, ou gratidão por estar diminuindo sua dor.
Após tomar a poção — e sentir uma melhora gradativamente, quase abrupta — se sentou em sua cama e apoiou a cabeça no travesseiro, ficou olhando para ele. Esperando que ele diga algo.
Seu cabelo castanho voava pelo pouco de vento que passava pela janela entre-aberta, sabia que ele estava prestes a falar algo apenas pelo ato dele direcionar seu olhar para o chão — pensando nos melhores argumentos possíveis, mesmo que no final não saia nada além de palavras que ele jurou que faria sentido quando estava enfurnado dentro da própria cabeça.
— Bom... Estamos namorando. — ele se sentou na beirada da minha cama, e suas mãos estacionaram em minha coxa coberta pelo edredom.
— Eu sei que estamos namorando. — você sorriu, parecia que enxergava o Adrian primeiranista quando ele falava nesse tom inocente, mas completamente desprovido de vergonha por dentro. — Ótimo jeito de começar o discurso.
— Mas... — ele se deitou em você, seu cabelo fazendo pequenos carinhos em seu ombro. — Parece que você anda se esquecendo disso.
Claro. Adrian sempre foi ciumento, e sempre teria crises de carência após uma crise de ciúmes. É notavelmente parecido com seu irmão, isso explica a grande amizade de ambos.
— Por quê? — você sorriu, esperando com que ele use seu tom inocente novamente e lhe arranque altas risadas.
— A festa. — seu tom era ríspido, mas não necessariamente estressado, talvez apenas para dar algum contraste diferente. — Eu sei que você adora festas, querida. Mas você sabe, eu tenho ciúmes às vezes.
— Às vezes?
— Bem pouco. — era impressionante, não tinha sequer sinal de mentira em seu semblante.
— E como quer que eu me desculpe? — você cedeu, é louca por este garoto, perdê-lo ou deixá-lo chateado de propósito não era uma opção.
— Só tem uma maneira. — ele bocejou. — Você tem que me dar atenção, até eu dormir.
— Carência agora, Adrian? — eu ri. — Eu não aguento com você.
— Vou ser menos ciumento, mas por favor... Não beba mais assim em festas!
— Não vou! — continha ironia na sua voz, talvez uma falsa irritabilidade; mas sabia que falava a verdade, assim como ele.
Você passou as mãos no cabelo do rapaz enquanto o mesmo sorria, fechando os olhos e quase dormindo por conta da festa na noite anterior. Seus olhos quase pregavam também, afinal, não era de ferro, a maioria das desculpas para dormir seriam aproveitadas. A tarde seria ótima. Estarem bem novamente um com o outro era a única coisa que precisavam para que isso se concretizasse.
