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Ser monitora da sonserina nunca foi algo que me encheu os olhos. Talvez por eu estar honestamente — isso, de uma maneira educada — pouco me fodendo pelo que os alunos fazem em seu tempo livre. O único motivo que fez com que eu aceitasse isso, já se esvaiu.
E da sua mesma forma, veio um outro alguém. Alguém egocêntrico, que jurava por sua vida que não poderia existir um outro melhor que ele. Mas nem mesmo no maior auge de minha hipocrisia, poderia discordar de que esse idiota fazia minhas pernas tremerem. Talvez seja por isso que eu o deteste.
A tentativa de me manter fleumática me consumia a cada ponteiro no relógio que avançava pelos segundos, e sem reparar muito, o balanço de minhas pernas seguiam pelo mesmo ritmo; a diferença é que isso era o controle da minha ansiedade, e não meu gatilho.
"Nossa vigília começa que horas hoje?"
"Estou ansioso"
Essas palavras ecoavam pela sua mente de uma maneira nada boa. Ela tentava ao máximo resistir as provocações de Theodore. Ele gostava do que fazia, ele sentia prazer em vê-la com o rosto em puro rubor e olhar malicioso — olhar, qual ela jurava que conseguia disfarçar para desprezo.
Talvez nem no seu maior cenário de descaramento, poderia imaginar que um dia sonharia com Nott chegando em seu quarto de madrugada, suas mãos empurrando a porta provocando um ranger irritante; provocando-a e fazendo com que ela erga o rosto levemente para ele, mas ao invés de simplesmente expulsá-lo — coisa que ela faria, pelo menos em um momento de lucidez, ou pelo menos deveria — se limitava a dar duas batidas em seu colchão, estendendo dois dedos como convite a sua cama e mordendo levemente uma pele dos lábios.
Ele andou dois passos lentos, mas gradualmente aumentava-os, como se já conhecesse aquele quarto e tivera como seu.
Ninguém soube o que aconteceu quando Nott chegou ao seu encontro, pois um susto infeliz ocasionou seu despertar.
— Theodore... — ela murmurou, com a mente sonolenta, por um segundo ela se atreveu a pensar no quanto aquilo poderia ter sido real.
Bobagem. Mas não tinha o que fazer nessa situação, não podia controlar o seu subconsciente e sequer ordenar a maneira de como quer que seja os seus sonhos.
Suspirei e senti minha mão bater em minha testa involuntariamente, balancei a cabeça na tentativa de sumir com aqueles pensamentos e peguei um impulso para levantar.
Fui até meu armário sem animação nenhuma, com os passos vagarosos para não acordar minhas colegas de quarto; peguei a primeira lanterna que vi pela frente, já me questionaram sobre o porquê de eu ter várias lanternas reservas, mas nunca se sabe o que pode acontecer no caminho. Saí pela porta arrastando os pés, ainda esfregando os olhos e passando os dedos no meu cabelo, para ver se desfazia um pouco daquela confusão de fios que eu causei enquanto me movimentava na cama.
