𝑀𝑒𝑙𝑖𝑛𝑎

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𝑁𝑖𝑘𝑜𝑙𝑎𝑦

Maxim estava morto...

Morto.

Meu pai. Ou melhor, o homem que deveria ter sido o meu pai. Porque ele sinceramente jamais foi isso, nem em seus melhores dias.

— Com licença, senhor.

Enxugo o canto do olho e me viro. Colin hesita um pouco, mas depois pigarreia para falar.

— Tem um oficial de justiça lá embaixo. Ele quer falar com o senhor.

— Um oficial? Ele disse se é sobre a investigação da morte do Maxim?

— Não, senhor. Pelo que entendi, o rapaz veio lhe trazer uma intimação.

Não que eu não esperasse por isso, o meu próprio advogado havia me alertado sobre a possibilidade, mas ainda assim, achei que isso demoraria um pouco mais.

Peço que Colin receba o oficial e aviso que logo irei descer.

Antes de qualquer coisa eu preciso falar com Melina. Preciso lhe contar que a polícia poderá bater em sua porta a qualquer momento por causa da morte de Maxim.
E por mais que ela seja inocente, Killian pode tentar prejudicá-la de alguma maneira, principalmente se for pego desprevenido.

Ligo duas vezes para ela, mas apenas chama. Tento novamente e nada. Por fim lhe mando uma mensagem de voz, resumindo o assunto como posso.

Deixo o celular no bolso por precaução e desço.

Minha mãe está na sala com o oficial e assim que os dois me vêem, levantam-se.

— Boa noite, senhor Ivanov. Eu me chamo Davis Miller e sou...

— Eu sei quem o senhor é. Onde eu assino para pegar essa merda logo?

— Nikolay!

— Mãe, fica tranquila. Sei exatamente do que se trata. Ou melhor, nós dois sabemos. — Pego a caneta e o papel que Davis me entrega. — Uma hora ou outra eu teria que responder pelo que fiz.

Assino onde me é indicado e ele me entrega a bendita intimação.

— O senhor precisa comparecer no dia e no horário que está no documento.

— Imaginei.

— Bom — Minha mãe pigarreia alto, chamando a atenção do oficial. —, venha comigo, senhor Miller, eu lhe acompanho até a porta.

— Muito obrigado. Com licença.

Assinto para ele enquanto rasgo a lateral do envelope branco, retirando de dentro dele o tal papel que pode ser a porta de entrada para problemas ainda maiores.

Não me intimaram à toa, isso não acontece. Eles querem me punir como exemplo, estão loucos para acabar comigo.
E não é que eu esteja certo, mas ser preso à essa altura...

Não posso deixar tudo assim. Não posso me afastar da Melina e da minha mãe dessa forma.

— Filho, precisamos falar com o seu advogado agora mesmo. Temos que nos preparar.

— Mãe... — Abro um sorriso cansado e lhe estendo a mão. Ela se aproxima; eu a abraço. — Sei que o hoje o dia foi horrível para a senhora e sei também que está acabando contigo toda essa história, mas eu preciso que confie em mim. Darei um jeito nisso.

— Não quero te perder...

— A senhora não vai. Eu juro.

— Nik, eles podem te mandar para a cadeia. E eu... Meu Deus, eu não vou aguentar. Não posso te ver passando por algo assim. Eu não posso!

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