𝑈𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑣𝑒𝑧

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Killian estava no quarto assistindo TV quando cheguei em casa.

Eu hesitei um pouco ainda no corredor, mas depois respirei fundo e fui até onde ele estava. E assim que meu namorado me viu, abriu um largo sorriso e pulou da cama.

Ele já parecia bem melhor.

— Pedi comida mexicana. — Disse, me abraçando com força e me beijando. — Que saudades!

Fui posta na cama e ele se agachou na minha frente para tirar as minhas botas.

— Não precisa...

— Você está cansada e eu quero te mimar. — Sorriu, beijando meu pé já descalço. — Que tal um banho quente? Posso preparar.

— Killian, a gente precisa conversar.

— Tem que ser agora?

Balancei a cabeça e ele bufou, concordando.

— O que houve? — Murmurou, se ajoelhando no chão bem de frente para mim. — Algum problema lá na mansão?

Tirei o casaco e o cachecol e os deixei sobre o colchão enquanto organizava os pensamentos.

— Bom, não é bem um problema, mas pode te chatear um pouco.

— Como assim, gata?

— Nikolay quer que eu o acompanhe em uma viagem. Eu fiquei de dar a resposta hoje, mas não quis dizer nada antes de falar com você.

Vi aquele famigerado traço de raiva cruzar seu olhar e me encolhi um pouco quando ele se levantou e começou a andar pelo quarto, parando apenas quando chegou perto da janela.

Por uns longos segundos Killian não esboçou nenhuma reação.

A aflição já começava a disparar dentro de mim.

— Killian? Amor, fala comigo. O que você... o que acha que devo dizer? Se eu não for, o Nikolay vai colocar outra pessoa no meu lugar. Serei demitida.

— Não. — Falou bruscamente, virando-se pra mim. — Você não pode sair daquela casa antes de tudo estar terminado.

— Bom, se eu não for, terei que sair. O Nikolay precisa de alguém que o acompanhe para todos os lugares que ele for, e se eu não puder...

— Para onde é? Qual o lugar?

Abaixei o olhar e mordi o lado de dentro da bochecha com força.

— Rússia.

— RÚSSIA?! — Ele riu de um jeito colérico. — Aquele filho da puta quer ir pra uma lua de mel com você, será que não percebe?! Que se foda a Rússia! Ele quer aproveitar pra te...

— KILLIAN! — Eu gritei e me surpreendi com a minha própria atitude. Minha voz jamais havia se erguido tanto, não com ele. — E-eu... eu nunca te dei motivos para sugerir essas merdas sobre mim. Isso não é justo!

— Melina, aquele filho da puta vai se aproveitar de você!

— Eu nunca permitiria isso!

— Você é ingênua, meu amor. — Seu modo de falar me fez sentir tão estúpida. — Isso é uma jogada do Nikolay. O cara é mais esperto do que eu imaginava...

— Quer saber, então é melhor eu desistir dessa merda toda logo. — Peguei minha bolsa e pesquei meu celular de dentro dela. — Se você vai ficar o tempo todo desconfiando de mim, isso não vai dar certo.

— O que está fazendo?

— Ligando para o Nikolay. Vou me demitir. E dessa vez é pra sempre.

— NÃO! — A força com a qual sua mão agarrou o meu pulso me fez gritar.

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