𝐹𝑜𝑖 𝐴𝑠𝑠𝑖𝑚 𝑄𝑢𝑒 𝐸𝑢 𝑀𝑜𝑟𝑟𝑖

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𝑃𝑒𝑛ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑜 𝐶𝑎𝑝í𝑡𝑢𝑙𝑜.

𝑀𝑒𝑙𝑖𝑛𝑎

Dois dias antes...

— Você tem razão. Está na hora de te soltar, mas antes... — Agarro um tufo de seu cabelo e viro seu pescoço. — Durma um pouquinho, querido. — Fecho a mão com força em volta da seringa que estou segurando e finco a agulha em sua pele, por fim empurro o embolo, despejando a quantidade exata de um sonífero bem familiar ao que ele me fazia tomar.

Quando estou quase retirando a agulha, ouço um estalo.

Um dos braços de Killian se solta e num lapso de segundo recuo, mas não antes de receber um golpe de seu punho.

— DESGRAÇADA! EU VOU TE MATAR!

Arrasto-me para trás com o lábio inferior latejando. O gosto de sangue escorre para dentro da minha boca enquanto um filete desce pelo meu queixo.

Tento alcançar qualquer coisa que possa me ajudar, mas Killian segura o meu tornozelo e me puxa.

Sua unha rasga a pele da minha canela e seus dedos se fincam com força ali.

— Achou que ia acabar comigo, sua puta maldita? O JOGO AINDA NÃO ACABOU!

Faço menção a chutá-lo, mas seu outro braço se solta também e ele se atira sobre mim, agarrando os meus cabelos, tentando bater a minha cabeça no chão.

Dobro o joelho, acertando-o entre as pernas.

Killian grita de dor e cai para o lado.

Agarro a lateral da cadeira da minha penteadeira e me levanto, derrubando pelo caminho tudo o que encontro no intuito de atrasá-lo.

— VOLTA AQUI, MELINA!

Estou pegando as chaves na sala quando ele irrompe pelo corredor como um animal. Seu rosto completamente ferido parece bestial, quase animalesco, um retrato do ódio e da humilhação, ansioso para me devorar.

Cambaleio e esbarro na mesinha.

— Killian, a gente pode negociar...

— Você acha que eu sou idiota? OLHA O QUE VOCÊ FEZ COMIGO!

— Há outras formas de resolvermos isso.

— Sim, há. E todas elas estão ao meu favor agora.

Corro para o lado oposto da sala, tentando ganhar algum tempo.

Sei que o sonífero fará efeito a qualquer momento, só não sei exatamente quando.

— Eu entendo que esteja irritado...

— Irritado uma porra! Eu vou foder com a sua vida. EU VOU ACABAR COM VOCÊ!

Ele chuta a mesinha ao lado do sofá e a gaveta tomba para frente. Killian tateia dentro dela e encontra uma tesoura prateada grande.

Novamente corto caminho por trás do outro sofá e passo pela TV, abrindo algum espaço entre nós, com as mãos estendidas a frente do corpo.

— Não precisamos chegar a tanto, Killian...

— Sabe, Melina, e-eu... Eu te amei. Puta que pariu! Eu te amei tanto que ia perdoar qualquer coisa. Qualquer uma. Eu teria feito tudo por você. Eu... Eu daria o mundo se você pedisse. E nada do que você sofreu no passado significaria algo, porque eu — Ele bateu com força contra o peito queimado. — Eu ia curar as suas dores! Os seus traumas! EU PODERIA TER TE SALVADO!

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