Prometa Para Mim

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O sorriso no rosto de Killian era escandaloso. Ele sacudiu a punho e depois me puxou para trás de si.

Petrificada dentro do susto, vi Nikolay caído no chão com a mão sobre o nariz e a boca. Ele mexeu no maxilar e sacudiu a cabeça, como se estivesse voltando a si.

— Você achou mesmo que ia dançar colado com a minha namorada e as coisas ficariam numa boa? Nunca mais chegue perto dela! NUNCA MAIS!

A dona Chloe gritou de algum lugar e a música foi parada de repente.

Maxim fez menção a se meter no meio dos dois, mas Nikolay se levantou como um leão indomável e agarrou Killian pela cintura, jogando-o com uma facilidade absurda sobre uma das mesas que desmoronou com o peso dele.

Eu cambaleei para o lado e o salto virou. Senti o tornozelo queimar com a dor do passo errado, mas isso pouco me importava.

— FAÇAM ALGUMA COISA! ELES VÃO SE MATAR!

Morte parecia ser exatamente o que Killian almejava quando tentou revidar os golpes de Nikolay, porém o meu chefe foi absurdamente mais rápido e lhe acertou uma cabeçada bestial, fazendo-o cambalear e quase cair de novo.

O nariz de Killian expelia sangue o bastante para respingar em sua roupa escura e na toalha da mesa que estava por perto.

Nikolay o agarrou pela beca e o trouxe para si, e após dizer alguma coisa que eu não entendi, o jogou no chão novamente, mas desta vez se agachou para desferir socos e mais socos. Seus movimentos eram tão ritmados e intensos que em determinado momento cheguei a cogitar que Killian sequer ainda estivesse vivo.

— NIKOLAY, POR FAVOR! — Mancando, juntei-me a dona Chloe que tentava puxá-lo pelo terno.

Maxim gritou pelos seguranças e os convidados abriram caminho, abismados com tanta violência.

— Meu filho, pare! Por favor, pare!

— Nikolay, isso não vale a pena! Pelo amor de Deus, matá-lo não vai adiantar de nada!

— Vai tirar ele da sua vida de uma vez por todas!

Os seguranças nos empurraram no intuito de apartar a briga, mas Nikolay parecia uma força da natureza, e quanto mais esmurrava Killian, mais parecia disposto a fazer isso, como se de repente essa fosse a única meta de sua vida.

O desespero me fez cambalear com as mãos sobre a cabeça, aos soluços.

Sim, meu Deus, sim, eu queria que Killian pagasse por tudo o que me fez, mas eu não aguentaria que Nikolay também pagasse junto. Ele não merecia passar o resto da vida na cadeia, principalmente por culpa daquele verme. Ou por mim.

Não, por favor, Senhor, não!

— Acabou a palhaçada. Acabou! Aqui não é um circo! — Maxim falou aos berros assim que o filho e Killian foram arrastados para lados opostos.

Chloe correu até Nikolay e segurou seu rosto nas mãos enquanto dois brutamontes o seguravam.

Solucei alto, fitando Killian.

Ele me encarou de volta por baixo dos cílios. Seu rosto ensanguentado não escondeu o sorriso macabro que esboçou ao encarar Maxim e Nikolay.

— Como assim não é um circo? Eu pensei que você fosse o maior dos palhaços, Maxim Ivanov!

— Killian, já chega! Você já estragou tudo!

— Não, gata. Eu ainda não fiz nada. — Ele virou o rosto e cuspiu uma pequena poça ensanguentada. — Deixa o patinadorzinho de bosta me bater. Vai. Vai em frente, Ivanov. Quem sabe assim certas coisas fiquem escondidas para sempre, não é?