DIAS DE UM PASSADO ESQUECIDO

EXPIRANDO E SEGUINDO EM FRENTE

A brisa da noite envolve Bucky e Yelena enquanto caminham lado a lado pelas ruas de Madripoor. A cidade está vibrante, iluminada por luzes neon que piscam incessantemente, refletindo nas poças de chuva que ainda restam das tempestades recentes. O som distante de música e risos cria um pano de fundo para o silêncio carregado entre eles.

Bucky, em seus próprios pensamentos, olha para Yelena de soslaio sem que ela perceba. Ele reflete sobre as palavras ditas por ela a Sam algumas horas atrás. Será que ela poderia ser a Viúva Negra por quem o Soldado Invernal se apaixonou enquanto estava sob o comando da Hydra na Sala Vermelha? Será que Yelena era realmente a mulher que visitava seus sonhos, a figura nebulosa que lhe trazia uma sensação de anseio e saudade ao mesmo tempo?

Enquanto caminham, Bucky observa como as luzes de Madripoor iluminam o cabelo de Yelena, tornando-a ainda mais bonita à noite. Ela parece tranquila, mas Bucky sabe que há muito mais sob a superfície. Ele sente uma estranha familiaridade em sua presença, uma conexão que ele não consegue explicar.

Yelena, por sua vez, está perdida em seus próprios pensamentos. Caminhar ao lado de Bucky é doloroso e reconfortante ao mesmo tempo. Ela se lembra de como ele costumava ser, antes de tudo ser apagado pela Hydra. Seus pensamentos voltam para a promessa que fez a si mesma de nunca revelar a verdade a ele. Ela sabe que não há espaço em sua vida para essas lembranças, mas a proximidade de Bucky torna tudo mais difícil.

Eles continuam caminhando pelas ruas, o silêncio entre eles denso com pensamentos não ditos. Bucky lembrar-se das palavras que Yelena disse a Sam algumas horas atrás.

“Sabe, Sam, eu lembro-me de uma menina que conheci lá, diz Yelena, sua voz Agora trêmula. Ela tinha esperança de escapar, de encontrar uma vida melhor ao lado do seu grande amor, do homem por quem ela havia se apaixonado. Mas as coisas deram errado. Infelizmente, ela foi descoberta. Eles a puniram de uma forma tão brutal que foi um aviso claro para todas nós: não há espaço para sentimentos na Sala Vermelha. E sabe o que restou no fim de tudo isso? Dor, sofrimento e lembranças amargas. E sabe o que restou no fim de tudo isso? Dor, sofrimento e lembranças amargas.”

Bucky está perturbado. A história que Yelena contara a Sam ressoa em sua mente como um eco persistente, uma lembrança incômoda que se recusa a desaparecer. Será que aquela história realmente aconteceu? Ou será que Yelena, irritada com a insistência de Sam sobre sua experiência na Sala Vermelha, inventou tudo?

A garota que Yelena descreveu poderia ter sido ela mesma ou poderia ser outra Viúva Negra? A linha entre o real e o imaginário parece cada vez mais tênue. Bucky lembra-se da figura enigmática da Viúva Negra dos seus sonhos, uma figura que o visita frequentemente, trazendo consigo uma sensação de amor e perda que ele não consegue entender completamente.

Seguindo com seu raciocínio, Bucky pensa seriamente: “Por Deus, eu tenho que parar de tentar me enganar. Não posso continuar me afogando em ilusões criadas pela minha cabeça. Isso não é real. Essa garota dos meus sonhos não pode ser real. É só uma memória que foi implantada pela Hydra, nada mais. Yelena Belova é apenas a irmã de Natasha Romanoff. Essa história que ela contou para Sam não tem nada a ver comigo ou com o Soldado Invernal.”

Bucky respira fundo, tentando acalmar a tempestade de emoções que o consome. Ao virar o rosto, ele nota que Yelena está olhando para ele com uma expressão preocupada. A luz suave da noite faz seus olhos brilharem, refletindo a preocupação que ela sente por ele.

— Tudo bem com você, Bucky? Tem certeza que quer continuar com o nosso passeio? Você parece tão distante, Yelena pergunta, sua voz cheia de preocupação genuína.

Bucky olha profundamente para Yelena, tentando encontrar as palavras certas. Ele sorri sutilmente.

— Desculpe, Yelena, ele começa, sua voz baixa mas sincera. Essa missão e todo esse trabalho têm me deixado cansado. Mas não se preocupe, eu estou bem. Vamos continuar. Pelo que ouvi, o parque de diversões fica aberto até as quatro da madrugada.