EU VI EM SEUS OLHOS NEVE NO OCEANO

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Bucky coloca sua mala cuidadosamente em cima da cama, sentindo o peso do cansaço acumulado dos últimos dias. Ele passa as mãos pelas roupas, organizando cada peça no armário com a precisão de quem está acostumado à disciplina militar. No entanto, sua mente está longe dali, perdida nas lembranças da garota que conheceu no Brooklyn há apenas quatro semanas.

Enquanto organiza suas roupas, Bucky não consegue evitar que os pensamentos voltem para aquela noite fria no Brooklyn, quando ele esbarrou naquela mulher encantadora. Ele fecha os olhos por um momento, revivendo mentalmente cada detalhe daquele encontro fortuito: o brilho dos olhos dela sob a luz da rua, o calor do toque das mãos dela.

Decidindo que um banho pode ajudá-lo a relaxar e afastar essas lembranças, Bucky entra no banheiro e liga o chuveiro. A água gelada cai sobre seu corpo, despertando seus sentidos e trazendo um alívio momentâneo para a tensão que o consome. No entanto, seus pensamentos se perdem fixos na garota que visita os seus sonhos.

Enquanto a água escorre pelo seu corpo, Bucky encosta na parede do chuveiro, deixando-se envolver pela sensação. Repentinamente, as imagens daquela noite no Brooklyn se misturam em sua mente, com as lembranças da garota com quem ele sonha formando um turbilhão de emoções e memórias. Ele se lembra do som do sorriso dela, do jeito como seus cabelos loiros caíam sobre os ombros, da maneira como ela sussurrou o seu primeiro nome.

Bucky desliga o chuveiro e deixa a água escorrer pelo ralo, dissipando-se junto com seus pensamentos tumultuados. Ele envolve o corpo molhado no roupão e sai do banheiro, seguindo em direção à varanda do seu quarto. As luzes da cidade iluminam a noite escura, pintando o horizonte com um brilho reconfortante.

Ao chegar à varanda, Bucky sente o ar frio da noite envolvê-lo, contrastando com o calor do seu corpo recém-saído do banho.

Do topo do edifício, Bucky observa as luzes que pontilham o cenário urbano, sua figura solitária contrastando com a vastidão da cidade que nunca dorme. As luzes cintilam como estrelas distantes, e Bucky se sente pequeno diante dessa imensidão. Uma sensação de insignificância o envolve enquanto ele contempla o mundo lá embaixo.

As luzes da cidade parecem dançar diante dos seus olhos, formando padrões hipnóticos que capturam sua atenção. Bucky fecha os olhos por um momento, permitindo-se ser envolvido pela tranquilidade do momento, o vento gelado atinge o seu rosto.

No entanto, mesmo diante da beleza da paisagem urbana, Bucky não consegue escapar do sentimento de solidão que o assombra. É uma presença constante em sua vida, uma sombra que o acompanha onde quer que vá. Decidido a não se deixar consumir por esses pensamentos sombrios, ele resolve deitar e dormir um pouco, buscando refúgio no sono.

- Quero que repita o tiro, declara o Soldado Invernal, seus olhos frios e penetrantes fixam-se na figura borrada da garota loira diante dele. Você parece distraída. Só acerte o alvo. Se continuar errando, vai repetir a mesma sequência até acertar o alvo.

O Soldado Invernal se afasta e a garota se posiciona mais uma vez, pressionando o gatilho da arma.

Autora Falando:

Bucky se vê preso em um dilema constante entre a realidade e os sonhos. Por mais que ele se esforce para negar a veracidade dos seus sonhos, seu coração insiste em trazê-lo de volta para ela, a única mulher que ele já amou. Esses sonhos se tornaram a única forma pela qual sua memória encontra uma brecha para se lembrar dela, uma âncora no oceano vasto do esquecimento.

Às vezes, ele se pega desejando poder viver permanentemente nos seus sonhos, onde ele pode ser livre para amar e ser amado sem as amarras do seu passado sombrio,

DIAS DE UM PASSADO ESQUECIDO Onde histórias criam vida. Descubra agora