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UM ANO DEPOIS - EM ALGUM LUGAR REMOTO NA SIBÉRIA

A Dra. Serafina observa Bucky Barnes com atenção, sentindo que há muito mais por trás daquela fachada séria e silenciosa. Ela faz a pergunta com a voz calma, buscando alguma resposta que quebre o silêncio denso que paira no ar.

- Então, Sr. Barnes, ainda tem pesadelos, ela pergunta, os olhos fixos no rosto dele, esperando por alguma reação, por mínima que fosse.

Bucky permanece imóvel, seu corpo rígido, como se estivesse preso em algum lugar distante. Seus olhos azuis fitam um ponto indefinido na sala, mas não há nenhum indício de que ele tenha realmente ouvido a pergunta. A Dra. Serafina não se surpreende. Ela já viu isso antes em outros pacientes. Pessoas que carregam tanto peso emocional que, por vezes, se fecham completamente. Contudo, Bucky Barnes é diferente. Algo nele a intriga profundamente.

O silêncio entre eles é pesado, mas não desconfortável para Serafina. Ela já lidou com muitos casos difíceis ao longo de sua carreira. Traumas de guerra, abusos, e perdas irreparáveis. No entanto, algo em Bucky a faz reconsiderar sua tão sonhada aposentadoria. O plano de passar seus últimos anos em paz, cercada pelos filhos e netos, agora parece distante. Ela queria, precisava, ajudar aquele homem.

Desde o momento em que Bucky entrou pela porta do seu consultório, Serafina sentiu a tristeza e angústia que ele carregava consigo. O olhar distante e o corpo curvado de Bucky são evidências de que algo mais profundo o consome, algo que o tem atormentado por muito tempo. Serafina, uma terapeuta com anos de experiência, sente imediatamente que aquele homem está imerso em uma dor que vai além de cicatrizes visíveis. A forma como ele se move, como evita contato visual, tudo isso grita por ajuda silenciosa. Serafina, mesmo já tão próxima da aposentadoria, sabe que não pode ignorar o chamado para ajudar.

Nos últimos oito meses, ela tem mantido sessões regulares com Bucky, tentando desvendar os segredos e traumas que ele esconde. Toda semana, ele retorna, sempre com a mesma expressão pesada, mas com uma leve esperança de que talvez, apenas talvez, ele possa encontrar algum alívio. Serafina, com sua paciência e empatia, ouve suas histórias, seus medos e seus anseios. Ela sabe que ele não é o tipo de homem que se abre facilmente, que confia rapidamente, mas aos poucos, ela sente que está se tornando sua confidente. Alguém com quem ele pode compartilhar suas angústias mais profundas, sem medo de ser julgado.

E nesse exato momento, Serafina está imersa em mais uma sessão com Bucky. Ela utiliza todas as suas habilidades como terapeuta para tentar quebrar as barreiras que ele havia construído ao longo dos anos. Com empatia e paciência, ela está desvendando os segredos que haviam sido mantidos guardados por tanto tempo.

Bucky permanece sentado de forma neutra, seus olhos fixos em um ponto indefinido da sala, enquanto mantém suas emoções cuidadosamente escondidas. A Dra. Serafina o observa atentamente, tentando captar algum sinal, algum indício do que ele esconde tão profundamente dentro de si. Ela sabe que, por trás dessa fachada impenetrável, algo o assombra. Algo que ele evita a todo custo confrontar. Serafina sente que Bucky é um completo quebra-cabeças, e ela está determinada a descobrir quais peças estão faltando.

A terapeuta fixa seu olhar em Bucky, buscando pistas em seus olhos profundos. Ela percebe que há muito mais por trás daquela fachada aparentemente impenetrável. Ela se pergunta por que ele tem tanto medo de falar sobre o passado, por que ele se recusa a tocar no assunto delicado de Yelena Belova.

Serafina continua observando, Bucky, que parece travar uma batalha interna. Ele olha para longe, como se estivesse lutando contra uma onda de emoções que ameaça inundá-lo. Serafina sabe que não será uma tarefa fácil quebrar essa barreira de defesa cuidadosamente construída.

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