Capítulo 15

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Suguru espiou pela porta do banheiro e olhou para o relógio na mesa de cabeceira. Ele tinha cerca de uma hora antes que Satoru aparecesse na casa hoje à noite. Ele esfregou a toalha em seu cabelo molhado, sorrindo ao sentir o seu pulso acelerado só de pensar no homem. Ele ficou surpreso com a rapidez com que um sorriso surgiu em seu rosto considerando quão fodido o dia tinha sido. Ele andou até a pia do banheiro e ficou na frente do espelho. Ele torceu a toalha na pia e fechou as mãos no algodão úmido.

Ele fechou os olhos e exalou uma respiração profunda na esperança de acalmar a raiva que persistia desde a tarde, esperando para tomar posse de seu corpo e mente. Ele havia perdido o seu fim de semana juntos. E, embora não tivesse feito nada para merecer o que aconteceu, não havia nada que pudesse fazer para consertar as coisas ou corrigi-las.

Ele relaxou a postura tensa e pegou a toalha, pendurando-a no suporte para secar. Ele fez uma careta quando olhou para seu reflexo, notando a cicatriz que cortava sua sobrancelha e que servia como um lembrete constante da noite em que ele quase perdeu tudo. Um fim de semana perdido era definitivamente mais fácil de digerir do que perder Satoru. Mais três semanas torturante de preliminares. Ele iria acabar tendo que lidar com sua frustração. Ele sentia falta de ter Satoru ao redor dele, dos sons que ele fazia, do jeito que sempre se moviam em sincronia. Eles podiam não saber muito sobre o que fazer enquanto cresciam, mas com certeza descobriram ao longo do caminho e exploraram coisas novas.

Ele reajustou o pau em sua cueca e gemeu.

Eram muito mais preliminares do que qualquer homem sensato deveria suportar. Felizmente, Satoru valia a pena.

Ele entrou em seu quarto e se vestiu, depois desceu as escadas. Ele diminuiu seus passos, tentando distinguir as vozes, parando na base da escada quando reconheceu a voz de Bill vindo da cozinha.

Suguru respirou fundo e continuou, nunca sendo de recuar de seus compromissos. Ele não teve a chance de dizer “obrigado” ou “tchau” após o que tinha acontecido, e não se sentiu totalmente confortável em deixar as coisas como estavam apenas com um telefonema para Chisei e uma mensagem para Lucy e Bill com um simples “me desculpe”, porque eles não estavam no momento em que ele ligou.

Bill, Haibara, e Nanami mexiam em vários sacos colocados na mesa da sala de jantar, tirando sanduíches e saladas embaladas, enquanto Ryan e Toge arrumavam guardanapos e serviam bebidas.

Nanami pegou o recipiente de biscoitos diante de Bill.

— Esses são para os caras. Lucy lhe enviou suas próprias guloseimas. — Bill disse, entregando-lhe um saco menor.

Um enorme sorriso se espalhou pelo rosto de Nanami quando ele abriu o saco e cheirou o conteúdo. Bill riu, virando-se para Suguru quando Nanami fez um gesto de queixo em sua direção.

— Oi. — Suguru disse, enfiando as mãos nos bolsos.

— Olá. — Bill caminhou em direção a ele, parando e cruzando os braços quando ficou na frente dele. — Lucy queria estar aqui, mas suas pernas incharam muito, então ela ficou em casa. Ela mandou um abraço.

— Obrigado.

— O que aconteceu hoje não foi sua culpa. Eu queria ter certeza de que você sabia disso.

Suguru assentiu.

— Me desculpe por ter deixado você esperando pelas coisas. Eu dei a Nanami o dinheiro e a lista.

Bill assentiu, plantando uma mão no ombro de Suguru.

— Você não me deixou esperando, filho. Nanami me contou que insistiu que ele me trouxesse as compras. E ele fez. A correria do almoço durou mais tempo do que o habitual, então deu tudo certo.

A Worthy Man | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora