Suguru terminou o almoço e se sentou na varanda dos fundos, desfrutando do calor do sol da tarde contra sua pele. Ele tinha tirado a camisa alguns minutos antes e fechou os olhos, apreciando o formigamento em sua pele. Uma hora no quintal não lhe dava a chance de aproveitar muito sol durante os últimos anos, e ele aproveitaria cada segundo que pudesse ao ar livre.
Ele pulou quando algo vibrou em sua bunda. Ele tirou o telefone do bolso de trás e sorriu quando leu o nome na tela.
— Oi. — disse ele, atendendo à ligação.
— Então, como está indo o seu primeiro dia? — perguntou Satoru.
Suguru abaixou a cabeça e sorriu, adorando a casualidade familiar entre eles.
— Por enquanto, tudo bem. Vou começar a trabalhar em uma lanchonete amanhã. Nanami já me levou lá e eu conheci os proprietários. Casal muito legal. Acabei de almoçar, e estou sentado nos fundos pegando sol. Como está o seu dia?
— Melhor agora. — um silêncio reconfortante preencheu a distância entre eles, os únicos sons eram os do tráfego distante e a respiração rítmica filtrada pelo telefone pressionado contra sua orelha. — É bobagem que não estamos falando, mas não me incomoda porque eu sei que você está do outro lado da linha? — perguntou Satoru.
Suguru suspirou.
— Eu estava pensando a mesma coisa. Você parece cansado.
— Eu estou. Trabalhar no novo modelo da linha tem sido... difícil.
Ele passou o dedo ao longo da costura da calça jeans, aproveitando a ascensão e queda da voz de Satoru.
— Eu sinto sua falta.
— Eu precisava ouvir isso. — a tensão na voz de Satoru ecoou pela linha. — Eu tenho uma viagem de negócios da qual não posso sair. E estou muito chateado com isso porque eu não posso passar aí hoje para ver você.
Suguru apertou os olhos, virando o rosto em direção ao sol.
— Está tudo bem. A vida não parou porque eu saí. Mas… hmm...
— O que é?
— Apenas me ligue ou envie uma mensagem de texto. Haibara disse que eu posso receber os dois neste telefone.
— Pode apostar que vou ligar. Me dê um segundo. — a voz de Satoru ficou abafada, como se estivesse cobrindo o telefone para perguntar a alguém na sala sobre o jato estar pronto. Um jato? Ele voltou para a linha com um suspiro. — Eu tenho que ir.
— Ok. Eu tenho horário de recolher para chamadas e visitas, mas não é como se eu fosse a lugar algum. Você sabe onde estarei.
— Não se preocupe. Eu já estou ciente das regras e do cronograma. Você ficaria orgulhoso de minhas habilidades de perseguidor.
Suguru afundou os dentes no lábio inferior para conter um gemido. Ele lembrava que Satoru tinha muitas habilidades.
— Eu tenho que ir. — Satoru riu e, em seguida, baixou a voz. — E aliás…
— Sim?
— Eu sei perfeitamente onde sua mente foi há pouco, quando eu mencionei habilidades.
Suguru fechou os olhos e suspirou.
— Você ainda é mal pra cacete. — ele desligou o telefone após a despedida e fechou os olhos, apertando o telefone contra o peito. Ele exalou um suspiro trêmulo e se atreveu a ter esperança de que o fogo ainda ardesse forte o suficiente entre eles depois de todos esses anos.
***
Satoru lentamente devolveu o telefone ao receptor, tentando estender a pitada de alegria que enchia seu coração. Pensar em Suguru sempre acalmava o seu estresse e o fundamentava, permitindo que ele se concentrasse em suas tarefas e ignorasse os prazos e as demandas iminentes de todos ao seu redor. O novo visual de Suguru musculoso, juntamente com o som melódico de sua voz e o tom provocador faziam seu humor ficar feliz no momento em que ele mais precisava. O estresse dos últimos meses estava cobrando seu preço. Ele sentia isso em cada centímetro de seu corpo, mas lutava contra, se recusando a mostrar qualquer sinal de fraqueza.
— Mia me disse que já informou que o jato está pronto. Obviamente algo está atrasando você. — Sho Hayami, seu advogado corporativo e amigo honesto, às vezes até demais, deu-lhe um olhar firme enquanto puxava a cadeira em frente à sua mesa.
Satoru esfregou os olhos com força, lutando contra a exaustão que pesava seus ombros.
— Existe alguma maneira de você fazer essa viagem sozinho? Há outro lugar onde eu prefiriria estar essa noite. — ele baixou a mão e cruzou os braços sobre a mesa.
— Não.
— Pra que eu estou pagando você, então?
Hayami se inclinou para frente, apoiando os antebraços nos joelhos.
— Eu sei que você prefere estar em outro lugar esta noite, mas foi você quem quis esta parceria. Vou me certificar de que a papelada está em vigor, mas você precisa ter certeza que o protótipo dele tem a força de frenagem necessária para as novas especificações do motor.
— O momento é ruim.
— Erich retorna à Alemanha logo cedo amanhã. Então você decide. Uma ou duas noites agora nos EUA ou várias semanas em uma viagem internacional mais tarde.
— Você está me irritando.
— Muito menos do que a maioria das pessoas. É por isso que você me paga muito dinheiro. — Hayami riu. — Como Naoya está progredindo com o novo modelo?
Satoru juntou as mãos e bateu as pontas dos dedos nos lábios.
— Está... mais lento do que o esperado.
— Você sabe que o cara tem tesão por você. Apenas foda esse filho da puta e acabe com isso. Isso pode desobstruir sua criatividade e fazer as coisas andarem.
Satoru lentamente endireitou os ombros, respirando longa e profundamente para nivelar o pico de raiva com o comentário.
— Vou fingir que você não disse isso.
Hayami acenou com a mão no ar, afastando a seriedade em seu tom.
— As pessoas estão salivando por um novo modelo.
— Estou ciente.
Seu amigo olhou para o relógio e franziu a testa, fazendo uma pausa por um momento antes de falar:
— Já se passaram quase dois anos desde que você lançou a linha.
— Você precisou olhar o relógio para isso?
Hayami revirou os olhos.
— Precisamos entrar no avião para fazer a reunião.
Satoru levantou de seu assento e pegou as chaves e a carteira da gaveta de cima.
— Naoya é um dos melhores do setor. Ele trabalha nisso com a equipe criativa há mais de um ano e acredita que está perto. Então estou... temporariamente dando a ele o benefício da dúvida.
As sobrancelhas de Hayami subiram lentamente.
— Ou?
— Ele está fora.
Hayami ficou imóvel, qualquer senso de humor evaporou de todo o seu comportamento em uma fração de segundo.
— Você deveria estar dando a ele um ultimato? Demiti-lo agora iria atrapalhar tudo. Se ele estiver...
— Se ele estiver liderando a equipe como deveria, então deve ter feito algum progresso depois de todo esse tempo.
— Você já disse que ele é um dos melhores caras no setor. Tudo ficará parado até você conseguir um substituto. Ele te tem pelas bolas.
Satoru caminhou casualmente em direção à porta, falando com confiança em cada passo.
— Meus funcionários estão aqui por minha escolha. Eu os respeito e respeito seus talentos e, em troca, lhes pago generosamente pelas suas contribuições. — ele alcançou a porta e se virou para seu amigo advogado, ainda sentado com uma expressão de choque no rosto e a boca aberta. — Eu quero deixar uma coisa bem clara. Eu não dou a mínima para quanto custa e quanto custa para mim ou para a empresa. Apenas um homem vai sempre me ter pelas bolas... e isso é por escolha. Minha escolha. É um direito que ele nunca pediu, mas conquistou anos atrás. — ele disse, pontuando suas palavras.
Ele deu a seu advogado um último olhar firme antes de sair pela porta e encerrar a conversa.
∞ ♡ ∞oiiii, saudades dessa?
eu tbm tava 🥺🥺
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A Worthy Man | Satosugu
FanfictionA história de dois homens e do amor ilimitado que os mudou para sempre. Geto Suguru passou os últimos dez anos cumprindo pena de prisão perpétua e se adaptando à dor da solidão. Ele aceita seu destino, um sacrifício pelo único homem que ele amou e p...