Capítulo 22

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Suguru cantarolava enquanto entrava no elevador e apertava o botão para o andar de Satoru. Ele não tinha a mínima ideia do que Satoru precisava quando o chamou para o seu escritório, mas seu tom definitivamente deixava implícito que Suguru precisava largar tudo e subir. Ele mordeu o lábio, pensando no primeiro fim de semana deles. Talvez Satoru não conseguisse esperar mais dois dias até o horário de saída na sexta-feira para ficarem juntos. Ele era totalmente a favor de uma rapidinha no escritório, se esse fosse o motivo para essa reunião espontânea. Ele havia deixado os pacotes de lado na sala de correspondência, prontos para serem separados. Ele geralmente estava adiantado na classificação, então poderia trabalhar nisso mais tarde hoje, sem perder o ritmo.

Ele juntou as mãos atrás das costas e balançou para frente e para trás, cantarolando enquanto esperava.

As portas finalmente se abriram e ele impacientemente espremeu-se entre elas para sair do elevador.

Mia o viu e cobriu o receptor do telefone.

— Ele está esperando por você. Entre. — disse ela, retornando à conversa.

Ele balançou a cabeça e caminhou pelo corredor até o escritório de Satoru. Ele bateu e abriu a porta, sem esperar por uma resposta. Ele parou, se perguntando porque Satoru e Yohei estavam no sofá, ambos olhando para ele, ficando em silêncio quando ele entrou, como se estivessem no meio de uma discussão pessoal.

Definitivamente uma rapidinha não está em questão.

— O que está acontecendo? — perguntou Suguru, engolindo em seco. Ele desejou que sua mente não imaginasse automaticamente o pior cenário.

Satoru deu um tapinha no lugar no sofá ao lado dele, pedindo-lhe para se sentar.

— Nós precisamos conversar com você sobre uma coisa. Queremos saber como você prefere lidar com uma situação.

Ele se sentou, esfregando as palmas das mãos para cima e para baixo nas coxas. Satoru cobriu suas mãos, parando o movimento.

— Está tudo bem. — ele deu a Suguru um olhar firme. — Você está bem.

Suguru assentiu rigidamente e olhou para Yohei. Se estava tudo bem, então por que diabos o detetive estava sentado com eles no sofá com uma carranca no rosto?

— Eu vou direto ao ponto — disse Yohei.

Ainda bem.

— Seu pai foi preso ontem à noite.

Suguru se endireitou no assento.

— Pelo quê?

— Dirigir bêbado. — Yohei se recostou no sofá e deu de ombros. — Ele já deveria saber que não deve beber e dirigir.

Satoru abaixou a cabeça, rolando os lábios em sua boca como se estivesse tentando conter um sorriso.

Suguru olhou entre eles, a linguagem corporal deles revelando bem mais do que suas palavras.

— O que vocês não estão me dizendo?

— Fala logo, Yohei. Você está deixando-o nervoso. — Satoru se virou para ele, esticando o braço ao longo das costas do sofá e levantando a mão, apoiando-a na nuca de Suguru. — Depois de outra noite, Yohei decidiu ficar de olho no seu pai.

Suguru franziu a testa, olhando de volta para Yohei.

— Por que você fez isso? — Por mim.

— Porque ele é um idiota e eu o queria fora das ruas. — Yohei cruzou as pernas, colocando a mão no tornozelo e batendo o polegar contra a bota. — Depois daquela merda na Halfway House, eu passei na delegacia para vê-lo.

A Worthy Man | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora