Capítulo 25

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Suguru nunca se acostumaria com o tamanho da empresa e tudo o que acontecia dentro deste prédio. Satoru deixou sua marca na indústria automotiva, criando a linha ‘Suguru’ e fazendo parcerias com outras empresas para suas divisões híbridas, mas isso foi apenas o começo. Além da tecnologia dos motores, bateria e linha de carros, Satoru também trabalhou com empresas de energia para otimizar métodos alternativos. Suguru também viu uma grande quantidade de correspondência passar pela sala de correspondência do governo e de alguns desenvolvedores de aviões. Satoru estava mais do que disposto a revelar todos os detalhes das parcerias atuais e provisórias, lucros projetados e desenvolvimento nas diversas áreas de toda a empresa assim que Suguru pedisse. Ele se lembrou de como todo o rosto de Satoru se iluminou com emoção, mas Suguru precisava de tempo para processar uma coisa de cada vez ou seu cérebro entraria em curto-circuito. E agora, seu foco estava na linha ‘Suguru’.

Satoru poderia fazer parceria com metade do mundo em um milhão de outros negócios, mas essa linha era um bebê Geto do início ao fim, sem qualquer envolvimento de outra empresa, parceria de desenvolvimento ou contribuição até agora. E de jeito nenhum Suguru ia deixar isso falhar porque um idiota convencido estava bancando a diva.

Suguru não tinha certeza do que exatamente poderia fazer para ajudar, mas ele não saberia a menos que mergulhasse naquele abismo. E foi exatamente isso que ele fez em um momento de fraqueza.

Ele balançou a cabeça e suspirou, se chutando pela milionésima vez por ter cedido tão facilmente.

Ele não suportava ver Satoru sob tanta tensão e pressão. Se Suguru falhasse, então este seria o maior “eu te avisei” que ele diria a Satoru. Depois ele teria que encontrar uma forma de sobreviver ao golpe em seu espírito. Mas se tivesse algo - qualquer coisa - que ele pudesse fazer para aliviar o estresse que tanto pesava sobre Satoru ultimamente, então, caramba, ele tinha que tentar.

Ele apertou o botão do décimo andar, esperou, e apertou de novo quando não acendeu.

— Merda — ele murmurou para si mesmo. Primeiro dia e ele já estava errando. Ele inseriu seu cartão-chave recém-programado na ranhura fina acima do painel e apertou o botão do décimo andar de novo, sorrindo quando o botão finalmente acendeu e o elevador começou a se mover.

Ele já tinha se esquecido da segurança segmentada e dos andares programados em cada cartão-chave. Satoru tinha lhe dado um cartão de acesso total, mas ele o manteve escondido em sua carteira e se recusou a usá-lo. Se ele ia manter seu relacionamento em segredo, não tinha como explicar porque estava empurrando seu carrinho de correspondência em uma área altamente restrita.

Suguru saiu quando as portas do elevador se abriram. Ele caminhou pelo corredor e atravessou o conjunto de portas de vidro. No momento em que ele entrou na sala grande, ele sentiu o peso de três olhares intensos sobre ele.

A sala era alta e tinha um ambiente aberto, quase como um armazém ou um hangar de avião, mas em uma escala menor. Um cara magro estava sentado em um banco alto em frente a uma prancheta de desenho no lado esquerdo da sala. Uma mulher de cabelos loiros estava sentada em um espaço que parecia um estúdio de arte em miniatura com uma enorme máquina montada em direção ao centro da sala. A área estava limpa, mas tinha passado por algum uso artístico. A mulher de cabelos escuros, a que parecia mais profissional de todos eles, estava sentada no lado direito em um espaço que poderia servir como controle de missão com o número de monitores, tablets e impressoras ao seu redor.

Suguru puxou as mangas e caminhou mais para dentro da sala quando viu Naoya sentado em um escritório de vidro nos fundos, isolado dos outros, falando ao telefone com a porta do escritório fechada. Suguru avançou, acenando sutilmente e dando um pequeno sorriso ao passar por cada membro do departamento.

A Worthy Man | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora