capítulo 17

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(atenção, esse capítulo contém dois pontos de vistas!.)

ponto de vista de Cristiano Jr.

Minhas lágrimas naqueles instantes foram algo bem incontrolável, como eu nunca havia visto antes.
Eu não estava esperando nada daquilo, nada nem parecido. Cada palavra escrita soava tão bem, ornava tão bem com o texto por inteiro, e se encaixava melhor que a nossa própria realidade.

Eu não fazia ideia que precisava ler aquilo, até ler.
Não sabia desse dom que Marina tinha para escrever, mas esse não é o meu foco, e sim as palavras certas que usou e que tocaram no fundo do meu coração.

Eu não costumo chorar na frente das pessoas, detesto isso, mas naquela altura, eu não estava nem lembrando da existência de James no carro.
Eu soluçava a cada lágrima que enxugava e pressionava os olhos a cada saudade que batia.

Ainda estou impressionado com cada frase que li, e sem saber do que fazer.
Sou terrível com textos, com certeza responder com outro não seria uma boa ideia.

Mas, acho que minha garota deixou meio claro não precisar de respostas, sendo isso bom e ruim.
Percebi que tratou como um fim, não sei, tive essa impressão. Falava como se estivéssemos realmente acabado, e isso acabou foi comigo.
Fiquei pensativo por um tempo, mas sinto em informá-la, esse não foi e não será o nosso final feliz, em hipótese alguma.

Enxuguei mais algumas lágrimas com a gola da minha camisa e notei James me encarando preocupado e com o carro ja na garagem de casa.
Me concentrei tanto na leitura que nem notei chegando em casa.

- Eu disse que amo suspenses mas nem tanto assim, Junior. - Iniciou de uma forma irônica e com cuidado. - Quer me contar? - Perguntou simples.
Pensei um pouco para responder e tinha na mente que espalhar mais dessa história não é o melhor.

- Obrigado por ter me entregado isso. - Não respondi sua pergunta, enquanto apenas apreciáva aquele papel.

Conhecendo James desde muito novo, a chances dele não me entregar para evitar confusões ou apenas por ter se esquecido, eram grandes.
Olhei de volta para o motorista e lancei um sorriso fraco e sem mostrar os dentes, em seguida, saí depressa daquela Porsche a caminho para entrar em casa.

O relógio já marcava por volta das sete horas da noite, e minha família estava completa em casa, o que é relativamente difícil, com os tantos treinos do meu pai, as inúmeras reuniões da minha mãe e os estudos dos meus irmãos. E claro, meus treinos e aulas também podem se incluir nisso.

Encontrei Mateo e Alana brincando na sala de estar assim que entrei.
Tentei passar reto e ser o mais despercebido com meu rosto inchado de tantas lágrimas.
Mas, consegui ouvir uma pequena parte da conversa dos meus irmãos e que me chamou bastante a atenção.

"Ela estava sentada bem aqui, chorando igual a Bella faz. A mamãe e ela conversaram por um tempão e o seu colo era o melhor do mundo, Mateo. Você tinha que ver!!"
Alana falou inocente e empolgada enquanto pulava em um dos sofás.

De quem ela estava falando?
Quem esteve aqui em casa?
Não percebi nada.

Pensar que fosse apenas uma mentira ou coisa da sua imaginação não passou pela minha cabeça, Alana não costuma ser assim.
Balançei minha cabeça e pisquei aturdido tentando fazer com que essas dúvidas passassem em branco, com certeza é tudo coisa da minha cabeça.

Meu Camisa 7 - Cris Jr. Onde histórias criam vida. Descubra agora