capítulo 14

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ponto de vista de Marina Becker.

Eu ainda não conseguia acreditar em tudo que havia acontecido. Foi tanta informação de uma vez só.

O que era pra ser apenas um passeio de amigos se tornou a maior confusão.
Desde o início, percebi sim alguns garotos que estavam nos olhando com malícia nos olhos, nos adimiravam de cima a baixo e ouvimos alguns assobios, nos deixando totalmente desconfortáveis. Tentei ficar o mais próxima de Cristiano possível, estava realmente com medo.
Até todos resolverem ir ao mar e me deixar alí sozinha. Que ideia, hein.

Pra piorar tudo, eu estou naqueles dias. O meu máximo foi apenas molhar os pés na água. Mas não queria estragar nosso passeio e muito menos a diversão dos meus amigos, então na hora, nem me importava tanto se estava sozinha na areia, ou não.

Era tarde da noite, e aqueles caras foram chegando e se acomodando na canga, um deles ao meu lado.
Ele estava próximo, bem próximo.
Eu me afastava e o mesmo se aproximava novamente, seu rosto e seu sorriso estampavam malícia e segundas intenções, e meu coração foi acelerando.

Lembro de dizer que meu namorado estava no mar e que já estava voltando, mas não deu a mínima. Tentei até sinalizar algo para Cris ou alguém do grupo, e também não resultou a nada.
Meu desespero só aumentava e antes que eu conseguisse sair de perto, ele apertou meus braços e me beijou.
Foi algo totalmente sufocante, forçado e terrivel.

Mas me quebrou ver que Cristiano presenciou do mar toda aquela cena.
Seus olhinhos estavam cheios de lágrimas e seu rosto sem o seu sorriso encantador.

Quando discutimos, percebi que nós dois estavamos cansados daquilo, mas a partir do momento em que ele me desrespeitou e me xingou, perdeu toda a sua razão.

Óbvio, eu sei que não estou correta de ter beijado um desconhecido, mas certamente não foi minha culpa e nem minha vontade.
Não tive escolha, ele só me puxou e me beijou.
Tentei me soltar o quão antes possível, mas foi tarde demais.

Quando percebi o quanto isso magoou Cristiano, me despedaçou. O garoto estava sem paciência e acabou me xingando.

Eu fiquei em choque.
Bem surpresa.
Nunca esperei esse lado dele.

Com a adrenalina, decidi naquele momento que não queria ficar mais naquele lugar. Minha vontade era apenas voltar para Lisboa e dar um tempo para tudo.
Estava entrando em muitas discussões e conflitos, acho que aquele não era o meu lugar.

Nem tive tanto tempo para me explicar aos meus amigos, só lembro de conseguir a passagem para o ultimo ônibus do dia, e correr para o acampamento arrumar as minhas coisas.
E em todo esses minutos, meus olhos não ficaram sem lágrimas nem por um segundo, eram de desespero, medo, ou sei la, talvez decepção.

Por conta disso, acabei me atrasando e chegando em cima da hora para entrar no ônibus que me levaria de volta para Lisboa, com sete horas de viagem.

Despachei minhas malas e fui subindo procurando o número do meu devido acento, e para a minha surpresa ele já estava ocupado por uma senhora dos cabelos grisalhos e com um fone de ouvido.

- Com licença, acho que está no acento errado. - Tentei dizer simpática, mas sem conseguir disfarçar a voz de choro.

- Quem você pensa que é para dizer que estou errada? - Ela ergueu o tom de voz para mim, e eu apenas mostrei meu bilhete indicando o número da minha poltrona, mas a mesma parecia inconformada.

- Menina, eu não vou sair daqui! - Afirmou de voz alta novamente, levando todos os olhares para nós. - Você chegou atrasada porque é uma incompetente de merda, se vira. - Terminou com um olhar sério e irritado.

Meu Camisa 7 - Cris Jr. Onde histórias criam vida. Descubra agora