capítulo 18

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ponto de vista de Marina Becker.

Os sufocantes dias de acampamento finalmente se passaram e hoje voltarão às aulas.
Falo "sufocantes" pelo simples fato de ter sido os dias mais entediantes da minha vida, somente resumidos em chorar, dormir, chorar mais um pouco e dormir denovo.

Nunca me imaginei dessa forma por um garoto, fala sério.

Confesso que estou mais que nervosa para me encontrar com ele e ver nossa reação depois de tudo. Ver nosso convívio e a forma que iremos nos tratar após esses dias.

Ao longo dessa semana em que não tivemos aula, tentei achar coragem para conversar com Cristiano e nos resolvermos como pessoas normais. Cara a cara, sabe? Mas parece que ele mesmo não faz questão alguma.

Optei por ficar essa semana no meu apartamento mesmo e deixando a opção de ser vizinha do garoto para depois.
A casa da minha tia é realmente muito boa, eu e Milla iríamos pirar se morássemos lá, mas não quero correr o mínimo risco de me encontrar com ele, já que ando tentando o evitar.

Por esses dias, andei pensando um pouco sobre o que minha mãe disse.
Ela tem razão, talvez ele realmente não seja a pessoa certa para mim.
Não consigo e nem quero acreditar nisso, eu ainda amo tanto aquele garoto.

Ou amava, nem sei mais.

Eu já estava enlouquecendo sem companhia e tendo que falar sozinha durante boas horas, e Camilla chegou da viagem ontem a noite. Não aguentava mais de saudades. Eu e ela conversaremos melhor mais tarde sobre possivelmente ir morar na casa de minha tia Li. Pra ser bem sincera, não estou mais fazendo tanta questão.

Acordei hoje bem antes do despertador, e mal consegui dormir. Eu estava nervosa para reencontrar com Cristiano, não sei qual será a nossa reação e nem como vamos nos tratar depois de tudo.
Minha última interação com ele foi a carta que mandei por James, e que não obtive resposta alguma.
Como eu fui besta de ter enviado aquilo.

Também não vejo a hora de ver as meninas e ter o pessoal unido novamente, com algumas pequenas exceções, claro. Sinceramente, tudo seria tão mais fácil e tranquilo se eu e o Cris não fôssemos do mesmo grupo de amigos.

Enfim, tentei de tudo para pegar no sono novamente e relaxar pelo menos um pouco, mas não me resultou em nada. Ainda faltavam em torno de meia hora para os alarmes tocarem e aí sim começarmos a nos preparar para a aula.

Ignorei totalmente esse fato e me levantei da cama naquele momento mesmo, me espreguiçei e chequei algumas mensagens no meu celular.

Minha cabeça latejava de dor enquanto eu já estava no meu quinto bocejo do dia.
Calçei meus chinelos que estavam no pé da cama e segui para o banheiro que determinei meu.

Eu precisaria lavar o cabelo, então ter acordado mais cedo não foi tão ruim.
Dito isso, entrei no meu banho quente e super relaxante, rodeada de produtos bons e que não tinham no Brasil. Com o tempo de sobra, consegui até testar uma hidratação nova, que comprei na minha primeira semana em Lisboa e ainda não tinha experimentado.

Contra a minha vontade, sai do chuveiro quentinho com medo de me atrasar e passei mais alguns cremes e finalizadores nos meus fios, para em seguida conseguir secá los à tempo com o secador e ainda poder me arrumar para ir.

Acho que com aquela barulheira, acabei acordando Milla, e não foi de bom humor.
Após alguns minutos e conseguir o cabelo seco, brilhoso e macio que tanto amo, percebi alguém batendo na porta do banheiro e parecia sem paciência.
Esse alguém era Camilla, reclamando do imenso som alto do secador logo pela manhã.

Com meu cabelo já da melhor forma, preparei a minha pele para iniciar uma maquiagem simples e leve, apenas para não chegar assustando todo mundo do colégio.

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