capítulo 20

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(atenção, esse capítulo contém dois pontos de vistas mais de uma vez, cuidado para não se confundirem!.)

ponto de vista de Marina Becker.

A beleza de Cristiano estava totalmente indescritível nessa noite. Tenho certeza que não consegui disfarçar o quão surpresa e hipnotizada fiquei.
Sei que zoei o mesmo por estar boquiaberta comigo, mas pensando bem, não sei se eu estava muito diferente disso.

Com certeza não.

O garoto se encontrava com todos os seus cachos finalizados e um pouco úmidos, exalava o seu perfume marcante e sua pequena correntinha no pescoço se destacava em sua camiseta preta. Seus olhos percorriam por cada curva do meu vestido brilhoso e continuávamos sem palavras um para o outro.

Mas nada, repito, nada, era mais brilhante que nossos olhares quando se encontraram. Pareciam se conectarem no momento em que nos vimos, e não estavam nada diferentes. Transmitiam a nossa imensa saudade e desejo de sempre.

Minha vontade no momento em que o vi, era de correr para agarrá-lo em um beijo, apenas com a intenção de tirar toda a falta que sentimos um do outro e compensar todos os dias longes, não sei como me contive.

Assim que entrei, ainda sendo puxada por Georgina, caminhamos para um canto mais afastado de toda a animação daquela festa. Adentramos em uma espécie de cozinha, mas não sendo a principal.
Haviam alguns balcões e utensílios próprios para aquele ambiente.

A mais velha soltou de leve a minha mão e se dirigiu para pegar dois copos d'água e os encheu sem muita pressa.

- Você não faz ideia do quão importante é você estar aqui, Mari. - Geo disse enquanto se encontrava de costas para mim, enchendo os copos no balcão e me permiti franzir as sobrancelhas. - Cristiano chorou o dia inteiro por não ter tido coragem para te convidar. - Deu de ombros.

- Como assim?

- As vezes é meio difícil entender a cabeça desse meu filho. - Se virou para mim com os copos na mão. - Mas dizia estar com vergonha de te chamar, vê se pode. - Completou o assunto me servindo a água e rindo levemente da situação. Liberei um simples riso simpática e abafado, talvez meio forçado e ainda com inúmeras dúvidas sobre esses assuntos.

- Fiquei feliz por ter entregado a carta. - Georgina ainda dizia e um sorriso abria em seu rosto. - Vi que acrescentou algumas coisas, ficou incrível!

- O quê? Ele te mostrou? Que vergonha.

- Mostrou. - Riu fraco. - Me perguntou todos esses dias como escrever da mesma maneira para te entregar. - Terminou tomando seu último gole e colocando o seu copo na pia.

Percebi meu olhar ficando distante e meus pensamentos totalmente nas nuvens, me esquecendo até onde estava e permanecia parada com minha água na mão. Nunca senti aquilo, era como se estivesse tanta coisa para resolver, tanta informação em minha mente, tanto assunto para pensar, mas não quero pirar logo no início da festa.

- Mah, se importa de ficar por aqui depois da festa? - A mais velha me perguntou com um sorriso sem mostrar os dentes, e bem em minha frente. - As crianças estão loucas para te ver! - Informou.
Ela segurava em minhas mãos e seus olhos não desviavam dos meus, me transmitiam confiança, carinho e lealdade.
Apenas assenti sobre sua pergunta e recebi um simples beijo em minha testa.

Só nesse pequeno tempo em que eu estava naquela residência, notei muitas pessoas empolgadas com as músicas e a maioria delas desconhecidas por mim. Enquanto era puxada pela mais velha, lembro de procurar com os olhos em busca dos meus amigos ou algum conhecido próximo, mas não me resultou tanta coisa, e isso só me preocupava mais.

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