Um pouco de história.

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Com a aparição de Regina Mills no palco, e Elsa notando Emma mudar o seu olhar e semblante da água para o vinho, não poderia hesitar em alfinetar a amiga. Estava curiosa, reparou bem em Regina, afinal, só tinha ouvido falar sobre a mulher, não tinha a visto pessoalmente ainda.

─── Ôh. . . Esse era o seu assunto importante para demorar tanto, Em? E... espera... essa é a sua Regina?! ── Parecia impressionada, ligando todos os pontos naquele exato momento.

─── É. ── Confirmou de imediato, como se a resposta estivesse na ponta de sua língua. ─── Quero dizer... e não é a minha Regina, Elsa. Mas ela é a Regina de quem eu falei. Você entendeu! ── Revirou os olhos respirando profundamente mais uma vez, sentindo suas bochechas ficarem vermelhas.

─── Bem que você queria. . . ── O olhar de outrem havia lhe fuzilado mais uma vez, e Elsa se calou, segurando a risada. ─── Estarei fazendo silêncio para você se concentrar melhor na sua Regina. Ops, na Regina! Arquiteta Regina. ── A loira segurava a risadinha como se fosse a última coisa que faria, ela sempre alfinetava Emma, não importava as circunstâncias.

Nada parecia tirar a atenção de Swan do palco. Aquela morena de fato prendia o seu interesse e ela se questionava do por quê aquilo acontecia com tanta frequência. O pensamento de que era a curiosidade, ou até mesmo porquê a mulher carregava um ar de mistério, lhe chamava a atenção todas as vezes.

Sem contar os momentos que já haviam partilhado juntas. Emma não poderia descartar que Regina lhe salvou no primeiro dia em que se conheceram, na mansão, depois do tiro de raspão. Aquilo ela jamais esqueceria e não saberia como agradecê-la.

─── Desejo uma boa tarde a todos que estão presentes aqui. Como minha colega disse mais cedo, aconteceram alguns imprevistos para o atraso do evento... felizmente já começamos e tenho certeza que todos vão adorar. ── Mills começava a sua palestra, totalmente centrada. Nada parecia quebrar sua postura, sempre era inabalável. ─── Muitos me perguntam o por quê eu quis estar onde estou hoje. Geralmente, quando se é pequenino, os pais das crianças perguntam o que elas querem ser quando crescerem, as respostas mais ouvidas além de um super herói é: veterinário ou cientista. ── Soltou uma leve risadinha, obtendo um assentir de cabeça de vários presentes que estavam lhe ouvindo. ─── Ao menos é o que o meu filho fala com muita frequência. Vou ser um cientista, mamãe! ── Mills sorriu verdadeiramente, tirando algumas risadinhas das pessoas que lhe assistiam.

A morena seguia com a postura inabalável no palco, parecia uma rainha, seu semblante era sereno e se tornou mais brilhoso e iluminado ao falar de seu filho, era notório o amor inexplicável que Regina sentia por ele.

─── Eu sempre o apoio, afinal, desde pequena aprendi com o meu pai que além do grande amor que podemos dar aos nossos filhos, é apoiá-los em suas decisões, e apontar os erros também, para que eles possam entender e assim corrigi-los ao decorrer de sua evolução. ── Na medida que a morena falava, ela circulava pelo palco, gesticulando. ─── Mas e você, Regina? O que respondia para o seu pai quando era pequena? O que você queria ser? ── Colocou as mãos na cintura, lembrando-se de diversos momentos compartilhados com o mais velho. ─── Eu nunca respondi nada para o meu pai. Ele sempre me deixou ser livre como eu gostava de ser.

Quem estivesse pertinho de Mills ou nas primeiras fileiras do evento, poderia notar o brilho nascer em seus olhos ao falar - mesmo que pouco - do seu pai. O mesmo brilho que cresceu ao falar de seu filho, Henry.

─── Bom... a vida fora passando e meu pai começou a ver em mim um grande potencial de líder, alguém que poderia facilmente criar e construir o seu próprio negócio. ── Ela gesticulava com as mãos em determinadas vezes, o microfone pequeno estava preso na blusa, o que facilidade sua locomoção em cima do palco. ─── Já a minha mãe... bom, não há muito o que falar dela. Ela me obrigava a ver perfeição em tudo, em fazer tudo com extrema perfeição e ordem. Eu não poderia errar uma vez sequer. ── Suspirou brevemente. ─── Apenas um cadarço mal colocado e o cantinho do castigo me esperava. Essa dinâmica não era boa para uma criança. ── Balançou a cabeça em negação. ─── Eu tinha que ser perfeita. Até dizem que foi justamente daí que algo em mim cresceu e assim virei uma arquiteta. Nós, arquitetos... bom, ao menos a grande maioria se não todos somos muito perfeccionistas. Mas quando pequena, eu só queria ser livre. Sem preocupações. Correr, cair, levantar, chorar, sorrir. Até ralar o joelho! ── Mills parou dando uma risadinha, analisando as pessoas que estavam lhe olhando com bastante atenção. Parecia lembrar de algo de sua infância, o que confessou no olhar, um tanto caído no momento. ─── De toda forma, sou uma mulher forte hoje graças ao meu pai. Ele sempre foi um homem bom. Cheguei tão longe pela ajuda dele. Quando alguém lhe mostra que confia em você, tudo parece ser mais leve, mais fácil de lidar, certo? As vezes é só desse 'empurrãozinho que nós precisamos. ── Por fim, ela sorriu. ─── Ele acreditou em mim como ninguém e eu aprendi a acreditar em mim também. ── Apertou os lábios ao terminar a frase.

Forbidden love. (Swanqueen).Onde histórias criam vida. Descubra agora