Matando a saudade.

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Emma levantou o olhar após acariciar Lily e matar um pouco de sua saudade, sorriu largamente vendo seus pais lhe observando. Retomou sua postura já com Lily no colo, ela não deixaria transparecer o incômodo abaixo do peito, e tentaria esconder dos olhos atentos de Branca seu machucado no rosto, talvez com seus cabelos claros em cima dele. E fora o que fez rapidamente ao soltar os fios, colocando-os para o lado.

Swan temia preocupar seus pais, eles sempre foram muito presentes em sua vida, o que deixava a delegada sentindo-se imensamente protegida, mas não gostava de preocupá-los. Imaginava que eles tinham os seus problemas e não queria dar mais um.

─── Mamãe! Papai! Eu senti tanta saudade... vocês nem imaginam o quanto. ── Disse Emma, olhando com os olhos de esmeraldas brilhantes na direção dos dois.

Não hesitou, se aproximou, abraçando ambos com cautela. Seu braço livre envolveu Branca, e David envolveu as duas mulheres com um abraço afetuoso e com gostinho de saudade. Era uma família linda, e Emma se culpava por trazer tanto pesar e preocupação para eles, embora entendessem sobre o seu ofício, afinal, seu pai já tinha sido um grande delegado e detetive também. Swan seguia os passos dele com veemência, o que o deixava extremamente orgulhoso. Já Branca sentia o mesmo orgulho da filha, e entendia que aqueles momentos eram ossos do ofício, mas aquilo não a impedia de se preocupar, muito pelo contrário.

Após alguns minutos bons dos três desfrutando daquele abraço que curava a saudade, finalmente David tomou a iniciativa de largar as mulheres. Branca já sentia seus olhos marejados e ao ser largada do abraço, segurou no rosto de sua filha, apertando os lábios em um sorriso sem mostrar os dentes. Branca pôde se ver nos olhos esverdeados da filha, e notou que existia a mesma cintilancia que carregava nos seus marrons, neles.

─── Como você está, minha querida Emma? ── A mania de verificar a filha não fora deixada de lado.

Branca acariciava o rosto alvo com delicadeza, levando seus fios claros para trás de sua orelha, fora justamente nessa hora que ela encontrou o machucado no rosto da mais nova e arregalou os olhos, demonstrando a sua nítida preocupação.

─── O que foi isso, Emma?! ── O tom de voz alterado atingiu os ouvidos da filha, confessando em seu olhar castanho o quão estava - mais ainda - preocupada.

─── Nada demais, mãe. Foi só um arranhão. Tivemos... uma missão hoje. ── Omitiu, falava a verdade sobre a missão, mas aquilo não tinha sido apenas um arranhão. Muito menos o tiro abaixo de seu peito. Ela deu de ombros, como se não carregasse tanta importância, mas só fazia aquilo para eles não se preocuparem.

─── Olhe, David. . . A mania de esconder as coisas de nós só para não nos preocupar ainda está aí. ── Branca suspirou, vendo Emma se afastar minimamente.

─── Filhota... já sabemos o que está acontecendo. Viemos justamente para lhe ajudar e dar apoio. Por favor, não precisa nos esconder nada. ── O homem disse, cautelosamente. Sabia lidar perfeitamente com situações assim.

Emma suspirou, acariciando Lily que se aconchegava perfeitamente em seu colo. A cachorrinha parecia notar também o pesar que Emma carregava em suas costas.

─── Estão querendo me matar, vocês já sabem. ── Emma iniciou, e mesmo que já soubessem, aquela informação parecia ter tirado o ar dos pulmões de Branca.

A mais velha suspirou, levando a mão ao coração. Sabia daquela notícia avassaladora, mas escutar de sua própria filha lhe deixava mais ainda amedrontada.

─── Eles estão tentando fazer isso desde... a morte do Neal. ── Parou de falar brevemente para colocar a cabeça no lugar e não transparecer como aquilo lhe afetava. ─── Querem... tocar no que eu mais amo e depois finalmente chegar em mim. Querem me fazer sofrer primeiro e depois acabar de uma vez com tudo isso. É uma vingança, as ameaças afirmam isso. Mas aí é que está. . . Do que querem se vingar? ── Ela questionava e pensava sobre isso em voz alta.

Forbidden love. (Swanqueen).Onde histórias criam vida. Descubra agora