Minsung: Tentação

04| O Começo...

Leiam as notas finais Monnies!!!

Minho On

Acordei com o despertador às 7h00 da manhã, o que já é um milagre por si só. Normalmente, eu sou o mestre do "só mais cinco minutinhos", chegando a rolar da cama às 7h25 e ainda assim conseguindo chegar na escola a tempo (graças ao meu pé pesado e aos semáforos cooperativos). Mas hoje era diferente. Hoje eu tinha um compromisso.

Um compromisso com a criatura mais irritante e, ao mesmo tempo, mais... interessante que eu conheço: Han Jisung.

Aquele diabinho interesseiro, se achando toda uma fadinha só porque eu tinha um carro. Um Honda Civic 2016, pra ser exato. Preto. Com rodas cromadas. Mas isso é irrelevante. O ponto é: ele pensou que eu iria buscá-lo, e pior, eu realmente fui. A vingança, porém, seria doce. Ele que me esperasse.

Estacionei na frente da casa dele com um ronco satisfatório do motor. E lá estava ele, parado na calçada com uma cara de poucos amigos que, paradoxalmente, o deixava ainda mais fofo. Cabelo castanho bagunçado, moletom oversized, e aquela expressão de "odeio o mundo antes das 8h" que eu conhecia tão bem.

— Tá atrasado — ele reclamou, entrando no carro e jogando a mochila no banco de trás como se estivesse cometendo um assassinato.

— Desculpa, esqueci que princesas nunca se atrasam para o baile — respondi, com a sarcasmo no talo. Ele me mostrou a língua, feito uma criança de cinco anos, e eu não pude evitar um sorriso.

No caminho para a escola, o rádio tocava baixo, e o silêncio entre a gente era... confortável. Estranhamente confortável. Eu olhava para ele de relance enquanto dirigia, observando como ele mordiscava o lábio inferior enquanto olhava pela janela, completamente perdido em seus pensamentos.

Chegando na escola, é claro, éramos o centro das atenções. Sussurros, olhares, sorrisinhos. Ô povinho desocupado que não tinha o que fazer. Não que eu me importasse muito — na verdade, quanto mais pessoas soubessem que o Han era "meu", melhor. Mesmo que ele mesmo não soubesse disso ainda. Mas isso eram detalhes.

As primeiras aulas se arrastaram. Matemática foi um tormento, como sempre, mas História até que foi tolerável. Quando o sinal do intervalo finalmente tocou, eu saí da sala com um propósito. E lá estava ele, parado no nosso ponto combinado, cabeça baixa, totalmente absorto no celular. Provavelmente lendo uma daquelas "baixarias de dono do morro" que ele é viciado. Não questione os hobbies do homem.

Me aproximei por trás, silenciosamente, e o envolvi em um abraço, enterrando o rosto no pescoço dele. Seu cheiro — morangos maduros e algo único, algo que era puramente Jisung — invadiu meus sentidos instantaneamente.

— QUE SUSTO, CAPETA! — ele gritou, se debatendo como um gatinho assustado e começando a me bater com os punhos fechados. — Larga, seu tarado! Vai se foder!

— Paciência, princesa, é um atributo que se cultiva — soltei ele, rindo. — Me esperando pra almoçar?

— Infelizmente, sim — ele resmungou, arrumando a camiseta. — Se não as pessoas iam desconfiar do nosso "namoro" perfeito.

— Exatamente. Vamos?

Caminhamos sem rumo definido, e acabamos numa pequena praça perto da escola, sentados em um banco de madeira um pouco gasto. O sol da manhã estava quente, mas não insuportável, e o ar cheirava a grama cortada e liberdade.

A gente ficou em silêncio por um tempo, mas não era aquele silêncio constrangedor. Era... tranquilo. Confortável. Eu olhava para ele, e ele parecia perdido em seus próprios pensamentos, com um olhar distante que, de alguma forma, o tornava ainda mais bonito.