XII - Ajustes

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Em seu apartamento olhando o celular, Diego comenta o stories de Bruno "Apaga! Você é tão sem graça, gay. Quer shipp com todo mundo". Já não bastava estar chateado com a situação da fubanga, ainda tinha um amigo querendo ser talarica.

Bruno questionou se seu amigo estava ciúmes, mas não obteve respostas. Ele não apagaria a foto, entretanto decidiu apagar já que seu amigo já se encontrava chateado com o que rolou e ele não queria deixar a situação pior.

Diego sabia que, no fundo, Bruno não faria isso sem falar com ele antes. Estava irritado e com um ciúmes que ele não queria admitir. Ele queria ter jogado a sua própria bebida em cima daquela mulher desagradável e muito bela. Talvez, a sua irritação maior fosse por saber que ela era bonita demais e não por ter tomado um banho de cerveja barata.

Trinta minutos depois, recebeu algumas mensagens.

[Bruno]: já estou em casa. Vc tá bem? Quer conversar? Eu tô aqui viu?Apaguei a foto!

—--

[Amaury]: lindo, cheguei. Me desculpe mais uma vez. Dorme bem. Beijo

Diego não respondeu nenhum dos dois.

Amaury também tinha recebido mensagens de seus amigos.

[Luana]: ei, ficou tudo bem? Deixei a Helena em casa. Não sei o que deu nela, eu dei um sermão. Vocês chegaram a conversar?

—--

[Felipe]: o que foi aquilo, heim? O galeguinho ficou puto, e com razão. Qualquer coisa já sabe, tô aqui.

Alguns dias passaram e a comunicação entre Amaury e Diego era apenas monossilábica. Um era insistente e um pouco obstinado, já o outro, um tanto quanto orgulhoso e não dava o braço a torcer. Até que a raiva passou e Diego decidiu que eles precisavam conversar.

[Diego]: Oi, a gente precisa conversar. Ñ quero esse clima chato entre a gente. Podemos nos encontrar hj?

[Amaury]: Sim lindo, tudo o que você quiser. Quer que eu te busque?

[Diego]: Ñ é necessário. Acredito q será uma conversa rápida. Me encontra no Mineiro às 20h, pode ser?

[Amaury]: Estarei lá.

Diego estava com saudades, ele gostava de estar com o Preto e isso não dava para negar, estava consciente. Quando estavam juntos tinha algo diferente, algo muito bom que ele não sabia nomear. Não estava interessado em rótulos nem nunca esteve, gostava de ser solteiro e assim continuaria, o tal do romance de novela não estava em seus planos e o outro precisaria saber disso para evitar futuros problemas.

A frase, quando vem carregada de um "a gente precisa conversar" ou "precisamos conversar" sempre deixa o alvo da conversa apreensivo. Carregava uma seriedade que sempre faz com que o indivíduo pense nos piores cenários.

E era isso que Amaury estava pensando. Que seria dispensado, que nunca mais beijaria aquela boca tão gostosa, que nunca mais sentiria a eletricidade do corpo do outro.

Ele pediria desculpas quantas vezes fossem necessárias, mesmo sabendo que não tinha culpa de nada. Não poderia se responsabilizar pelas atitudes impensadas de Helena, ela era uma mulher adulta e ele já havia sido honesto, deixando claro que entre eles não poderia mais nada, que não estava envolvido do mesmo modo que ela. Também não entendia o porquê dela ter agido daquela maneira, não era do seu feitio fazer aquilo, o que deixou a todos um pouco chocados.

No horário combinado, Amaury já estava lá, batucando na mesa com os dedos para aliviar a ansiedade daquela pré-conversa. Dez minutos depois, chegou Diego com uma regata justa e uma bermuda curta que caberia facilmente três dele dentro dela. Aquilo não era um encontro, então, ele não se preocupou com o que vestir para encontrar o homem.

Um Plano Inesperado | Dimaury Onde histórias criam vida. Descubra agora