XVIII - Fugindo

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Era sábado, ainda restavam quatro sessões do musical para que Diego pudesse finalizar sua semana. Acordou, Amaury não estava em sua cama. Os flashes da noite anterior invadiram sua memória, lhe fazendo brotar no rosto um sorriso feliz.

Se encontrava sozinho na cama, mas conseguia sentir o aroma de comida sendo preparada entrando pelo quarto. Decidiu tomar um banho antes de ir ao encontro do preto.

Encontrou aquele homem maravilhoso usando apenas uma cueca box preta, de costas, com um pano no ombro direito. Era uma visão extraordinária para se ter pela manhã.

Se aproximou, o abraçou por trás soltando um "bom dia Maury" ainda meio sonolento apesar do banho já tomando. O ruivo teve seus braços cobertos pelo os braços do outro em sinal de carinho, em seguida teve suas mãos beijadas recebendo o cumprimento de bom dia de volta.

A relação, não relação que eles tinham, não passava despercebida por seus amigos que testemunharam várias e várias vezes todos os chamegos por aí. Era uma relação sem um rótulo, mas para todos tinha cara de namoro.

Eles eram discretos, não gostavam de se expor, entretanto era nítido que cada dia que passava a relação que eles tinham se tornava mais concreta.

Diego divagava com as lembranças de todos os momentos que tiveram até ali. Recordou que na última vez que esteve naquele apartamento, Amaury o chamou de amor.

Ao ver de longe os girassóis que havia recebido no camarim, se deu conta que no final do cartão também havia um meu amor.

O corpo do ruivo tencionou. Era bom ser chamado de amor, ele sabia que estava apaixonado, pois já havia admitido para si mesmo, porém uma coisa é admitir e outra completamente diferente era onde isso poderia levá-lo.

Foi tirado dos seus pensamentos quando Amaury se virou ao sentir a tensão do seu corpo sobre o dele. Para disfarçar, entregou o seu sorriso mais meigo. Diego tinha medo de compromisso sério e ele sabia que aquilo estava ficando sério demais.

Enquanto comiam, Amaury observou que Diego tinha vestido uma de suas camiseta, soltou:

— Depois deixa algo seu aqui, pra usar quando precisar. — Apontou para ele, indicando a blusa com o indicador.

Para a cabeça do ruivo aquilo foi mais um alerta. Deixar coisas suas na casa de alguém era um passo que ele não queria dar, por dentro ele estava se desesperando. Recebia um olhar tão carinhoso do preto a sua frente, era tão lindo de ver, que ele quase se emocionou. Os sentimentos e emoções estavam em guerra dentro dele.

Ficar ou fugir?

Amaury o convenceu a ficar em sua casa até o meio-dia, disse que o deixaria em casa e que daria tempo dele chegar ao teatro às 14:30. Mesmo com toda confusão que sentia, Diego não queria ir, então ficou.

O preto foi tomar banho e um tempo depois, retornou a sala com um recipiente em suas mão.

— O que é isso? — Perguntou o pequeno curioso.

— Creme de hidratação, tô achando meu cabelo um pouco seco. — Puxou um dos cachos da frente e olhou para cima tentando ver o cacho que puxava.

Diego comentou que achava os cachos de Amaury muito macios, e para se distrair de seus divertidamentes que estavam à beira de um colapso, pediu para ele mesmo pudesse passar o creme no cabelo do outro, que aceitou de prontidão.

Agora, sentando no chão entre as pernas de Diego que estava sentado no sofá, Amaury quase cochilava sentindo os carinhos em seus cabelos. Os dedos do ruivo massageavam sua cabeça de uma maneira tão gostosa. Pediria para ele fazer aquilo mais vezes, com certeza.

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