XXVIII - Flashback

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Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto

De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

...

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer

Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar


Os meses passaram mais lentos do que antes. A ansiedade invadia o peito dos dois. Diego estava com as semanas contadas para voltar definitivamente ao Brasil.

Depois do término, ele fez das tripas coração pra tentar ficar forte e não desabar. Ainda sonhava com o Preto algumas noites, às vezes até ouvia a voz do outro na rua. Nesses momentos sentia que poderia ter um infarto, pois tinha certeza que o seu coração parava completamente por alguns segundos.

Os amigos evitavam falar o nome com "A" na frente dele, para evitar o climão. Diego não falou sobre o término em nenhuma mídia, mas foi especulado várias vezes. Ele não confirmava nem negava, preferia deixar livre na imaginação das pessoas. Era doloroso falar sobre, porque a dor sempre estava ali, só esperando um momento para vir à tona.

Diego sofreu, mas não era bobo também. Ele tentou com outras pessoas, bom, tentar é uma palavra muito forte, porque se ele levou um tempão para abrir o coração, não ia ser agora que ele simplesmente abriria de novo. E vamos combinar que o coração dele ainda pertencia a mesma pessoa, apesar dos pesares.

Ele apenas se divertia, às vezes até se arrependia. Apenas foi se perdendo no calor de outros braços, mas sempre com a maior discrição que poderia ter.

Óbvio que Pablo deu uma investida pesada ao perceber que Diego e Amaury não estavam mais juntos. O ruivo evitou, mas em uma noite de muita bebedeira acabou acordando na cama do cantor espanhol, apenas uma noite e nunca mais.

🌻🌷🌻🌷

Pasarán más de mil años y yo no te olvido
(Passarão mais de mil anos e eu não te esquecerei)
no me lo pidas, no seré tu amigo


(não me peça, não serei seu amigo)
Estar contigo es mi destino
(estar com você é meu destino)
...
No acetaré nos puntos suspensivos
(eu não aceitarei as reticências)


Para Amaury, não houve um dia sequer em quase um ano que se passou, que ele não se martirizou por ter faltado com a sua promessa de não deixar Diego durante o tempo dele na Espanha. O término não foi por falta de amor, ambos compreendiam isso, mas era difícil fingir que nada aconteceu. Promessas quebradas doem, e muito. Não tanto para quem as quebra, e sim para quem acreditou nelas.

Nesse tempo que passou, o homem se recusou a conhecer novas pessoas, mas beijou algumas poucas. Na verdade, apenas duas pessoas em quase um ano. Era muito estranho beijar outros lábios que não fossem tão macios, carnudos, rosados, bem desenhados e de um gosto espetacular e especial. Isso só uma pessoa tinha, e sempre que tentava beijar alguém terminava pensando em Diego. Se bem que ele pensava no ruivo bem mais do que gostaria.

Ele sabia que Diego estava voltando, tentava não lembrar esse detalhe que o deixava ansioso, mas saber o dia exato em que seu anjo na terra pisaria de volta ao Brasil, desestruturou seu mundo.

Um Plano Inesperado | Dimaury Onde histórias criam vida. Descubra agora