Um Plano Inesperado | Dimaury

XVI - Força da natureza

Amaury mais uma vez, chegou em sua casa, preparou seu café, arrumou-se e foi ao trabalho. Os detalhes para a nova edição da revista estavam todos fechados e agora era começar um novo processo para a seguinte.

Fazia seu trabalho com tranquilidade, tinha uma equipe muito boa, o que ajudava no processo de qualidade e agilidade com que as coisas aconteciam.

Sua primeira reunião do mês com a equipe, seria para definir o tema central da edição, os tópicos principais, fazer um brainstorming geral para as ideias dos artigos, entrevistas, reportagens e as seções.

Depois da primeira reunião, ele seguia um calendário para que nas reuniões seguintes ir avaliando tudo enquanto a edição ia sendo construída. Amaury gostava de ver de perto o processo acontecer, para que não passassem falhas, para que tudo estivesse de acordo com o planejado e dentro da proposta da Revista.

Naquele dia ele trabalhou muito, foram várias reuniões longas. Muitos papéis para assinar e documentos para serem lidos. Deu conta de tudo, como sempre, só não se sentia tão cansado pois tinha passado uma noite maravilhosamente bem com o seu ruivinho.

Verificou o celular quando chegou em casa e nada de mensagem dele, começou a pensar que havia feito algo errado, entretanto, o último contato deles pela manhã havia sido tranquilo. Moveu a cabeça para afastar os pensamentos negativos, tudo ia muito bem e não tinha porque se preocupar.

Recebeu uma mensagem, mas não era de quem ele esperava.

[Felipe]: E aí, irmão. Vamos sair na segunda, fazer alguma coisa?
[Amaury]: Vou ter que recusar, vou fazer um trilha na cachoeira com o Diego.
[Felipe]: O galeguinho? kkkk Ele pegou vc de jeito! Temos um soldado abatido?
[Amaury]: Ai como você é bobo Fê. Eu tô feliz com ele e isso é o que importa.
[Felipe]: Se vc tá feliz, eu tô feliz tbm.

Sentado em sua sala ouvindo sua MPB. Tocava Dia de domingo, Amaury fazia isso constantemente. Ficar devaneando em sua sala ou na varanda de casa ouvindo suas músicas favoritas, às vezes acompanhado de um vinho ou uma cerveja, era quase como um ritual que se repetia pelo menos três vezes durante a semana.

"Eu preciso te falar
Te encontrar de qualquer jeito
Pra sentar e conversar
Depois andar de encontro ao vento"

O celular começou a vibrar. Era uma ligação de Diego. Amaury se sentiu aliviado ao ver o nome do outro na tela de seu Z Flip.

"Eu preciso respirar o mesmo ar que te rodeia
E na pele quero ter o mesmo sol que te bronzeia
Eu preciso te tocar e outra vez te ver sorrindo
E voltar num sonho lindo"

Era incrível que sempre estava tocando alguma música que fazia Amaury lembrar de Diego.

Já não dá mais pra viver um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir a emoção de estar contigo
Ver o sol amanhecer e ver a vida acontecer
Como um dia de domingo"

Ambos falaram de como o dia foi atarefado e por isso não enviaram nenhuma mensagem. Falaram também sobre como gostaram da noite anterior.

Diego falou que dormiu demais e quase se atrasou para o teatro, tocou no assunto da cachoeira porque ainda não havia entendido como seria aquilo. Ele muito cria de condomínio não tinha o costume de estar assim tão próximo a natureza.

Todas as informações foram passadas e Diego estava detestando todas, pois incluía uma lista:

✓ Acordar cedo para pegar a estrada. Ele odeia acordar cedo.