XVII - Meu convidado

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Diego ficou deslumbrado com o quão grande era o apartamento de Amaury. Correu logo para a varanda para ver a vista dali, ele adorava olhar a cidade, mesmo sabendo que São Paula era um caos.

Amaury deixou as bolsas na bancada próxima e foi atrás do ruivinho dele. Sim, na cabeça dele o outro já o pertencia. O abraçou por trás e afundou o seu rosto naquele pescoço macio e cheiroso. Haviam suado, tomado sol, banhado no rio, mas o cheiro natural de Diego era inconfundível e viciante. O entorpecente mais viciante já encontrado.

Ali abraçados, o preto perguntou: - Tá com fome, meu bem? Vou preparar algo para o almoço.

Diego se virou e o olhou com um olhar travesso, arrancando um sorriso do homem à sua frente: - Estou sim! Só que agora, é de comida de verdade.

Enquanto um pensava em preparar algo rápido para comerem, o outro foi tomar um banho. Abusou em usar todos os produtos do preto para ficar com o cheiro dele em seu corpo e cabelo.

Ele apareceu na sala, usando uma camiseta que de tão grande beirava o seu joelho e cueca, pois havia desistido de procurar um calção nas coisas do preto.

Estavam tão íntimos que mesmo sendo sua primeira vez ali, já se sentia em casa, confortável demais.

Era essa a sensação que Amaury lhe transmitia, de lar. Um lar de amor e carinho, ele não havia se sentido assim antes fora do seio familiar, estava amando, não só o que sentia, mas quem o fazia sentir tudo isso.

Observava atento o outro se movimentando dentro da cozinha. Ele estava se sentindo tão doméstico, e nem era ele que estava fazendo algo. Era como brincar de casinha.

- Meu bem, você monta a mesa enquanto eu tomo um banho, tá bem? Nesses armários aqui você encontra tudo o que precisar, caso não encontre algo, pode mexer em tudo e se não encontrar, volto já para te ajudar.

Diego acenou com a cabeça, e ao passar por Amaury recebeu um cheiro no cangote e um selar demorado nos lábios. Ele se derreteu. Bastava um simples toque e ele estava tão derretido feito manteiga no calor.

Quando Amaury voltou, o ruivo já estava sentado na mesa segurando um garfo na mão e uma faca na outra enquanto sorria forçadamente de uma maneira engraçada. O apetite dele era muito grande naquele dia. O preto colocou a comida na mesa, e desfrutaram daquele momento com silêncio e sorrisos enquanto comiam.

Pós almoço eles dormiram em uma conchinha enquanto uma playlist de MPB tocava baixo. Diego era a conchinha de fora, ficava parecendo um coalinha agarrado no corpo maior.

Quando acordaram o crepúsculo despontava pela janela, colorindo o quarto com tons alaranjados, deixando um brilho bonito sobre a pele dos dois. Ficaram um tempo curtindo o momento de preguiça com chamego.

Saíram da cama e foram ficar de preguicinha, agora no sofá da sala. Pareciam que eram casados há anos, dado a intimidade que compartilhavam.

Optaram por pedir comida mexicana para o jantar. Amaury pediu um burrito grande de costela com pimenta e churros. Diego pediu quesadilla de peito de peru, tacos de carne, e churros também. O preto ficou abismado em como aquele pedacinho de gente comia tanto.

- Diego, você está com lombrigas? Pra onde vai toda essa comida? - Perguntou genuinamente espantado.

- Estou em fase de crescimento, Ok!?

- Realmente, você precisa crescer mesmo, é muito pequetito. - Recebeu um tapa do outro que ria da piada boba.

Amaury passava as fotos que havia tirado naquela manhã, haviam várias do ruivo, que eram as suas preferidas, óbvio. Guardaria aquelas imagens e memórias no coração. Decidiu postar uma foto sua, todo gostoso e molhado de pé em frente a queda d'água, apenas de sunga vermelha. Diego se aproximou para ver aquela bela foto tirada por ele. Em questão de segundos choveram curtidas e comentários até que ele viu um nome muito conhecido por ele.

Um Plano Inesperado | Dimaury Onde histórias criam vida. Descubra agora