XXIX - (re)construindo

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Fica
Fica, me queira e queira ficar

Fica
Fica, me queira e queira ficar


Diego acordou naquele quarto tão seu, naquela cama tão sua e abraçado por um corpo que não era mais seu.

Que saudade sentia do seu lar. Sentiu vontade de chorar ao pensar que aquela casa já não era mais sua e que já não tinha mais o seu lugar seguro para voltar. Desde que voltou, estava no seu antigo apartamento. Quando decidiu morar junto com Amaury, deixou seu melhor amigo Bruno morando lá, para que o mesmo deixasse de pagar aluguel, mas ele já não se sentia em casa lá.

Queria poder ficar ali, mas também não tinha forças o suficiente para ficar. Também, não queria sair às escondidas. Decidiu aproveitar os minutos que restavam até que o preto finalmente despertasse do seu sono. Virou-se para o outro lado com a bunda empinada e ficou mexendo no celular.

Amaury acordou, imediatamente lembrou que não dormiu sozinho depois de tanto tempo. Sorriu, era bom se sentir inteiro, dormir uma noite tranquila depois de pouco mais de 18 meses. Quando olhou para o lado, teve a impressão de ter uma escultura renascentista de Michelangelo em sua cama. Ele ponderou em sua mente que a única diferença entre o que via e as obras de Michelangelo, era que o ruivo era bem mais dotado que as esculturas. 

Diego Tinha um corpo alvo, bem marcado pelos músculos, uma bunda de pêssego, bela e protuberante que chamava muito a sua atenção de Amaury. Foi então que ele percebeu um detalhe que não estava ali desde a última vez que o desnudou. 

— Pera aí, Diego. Você tatuou um ET na bunda? Eu não tô acreditando.

— Sim, ué. Não tá vendo!? — Ele respondeu sem sair da posição que estava. Sabia que o outro estava amando vê-lo do jeito que estava, e ele adorava provocar.

— Mas porque um ET? — Ele estava muito curioso com a escolha peculiar da tatuagem.

— Sei lá, eu tinha bebido, achei legal e fiz. Pronto, foi isso.

Amaury riu com sua risada de chaleira, não estava acreditando que o outro se embebedou e tatuou o ET na bunda. Tantos lugares, e ele tatuou a bunda!

— Você ficou pelado pra fazer essa tatuagem Diego? — Se recompôs do riso e mudando o tom de voz. Ficou com ciuminho de alguém que viu e tocou aquela bundinha perfeita.

— Você é tão idiota, Brother. É claro que eu não fiquei pelado, eu só baixei um pouco a calça. Eu estava meio bêbado, mas não doido. — Falou virando um pouco o tronco para que pudesse olhar para o outro, mas deixando a bunda empinada do jeito que estava.

Amaury sentou um tampão que fez Diego dar um grito.

— Mas até que esse ETzinho fica bonitinho assim, vermelhinho, ele fica. — Deu outro tapão e os dois caíram na gargalhada.

E como nada é perfeito, depois daquele momento  descontraído da manhã, eles se deram conta de como estavam, a relação que já não tinham, o término inesperado.

Diego se cobriu e falou evitando os olhos negros:

 — Bom Amaury, eu acho melhor eu ir embora, nem deveria ter vindo aqui para começo de conversa. — Levantou-se e saiu catando suas roupas para poder vestir-se e ir embora.

— Diego, pára com isso, por favor. Você sabe que não precisa ir, essa também é sua casa. E eu quero que você fique aqui.

O ruivo parou o que estava fazendo, e olhou bem para os olhos que estava tentando evitar. Queria que o outro entendesse bem as palavras que diria.

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