Capítulo um.

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《Pov Pete》

08:37 da manhã.

Santa mierda! Eu estava atrasado para a faculdade, deveria estar lá meia hora atrás. Corri para o banheiro, tomei o banho mais rápido da minha vida e vesti a primeira roupa que encontrei no closet.

Se meu pai descobrir que estou atrasado, estou ferrado. Terei que sair sem café da manhã e pelas portas dos fundos. Peguei minha mochila e saí do quarto, quase tropeçando ao dar de cara com Maria. Ela é minha babá. Sim, ainda é. Me apeguei tanto a Maria que papá não teve outra escolha a não ser mantê-la trabalhando aqui em casa. Além disso, ele gosta da ideia de ter alguém de olho em mim.

¡Mierda! Que susto, Maria! - Murmurei, ajeitando a mochila no ombro. - Ainda bem que é você. Preciso da sua ajuda para sair escondido do papá.

‐ Exatamente por isso estou aqui! - Ela sussurrou. - Menti para o seu pai, disse que você saiu mais cedo. Se ele descobrir, estou ferrada junto com você. Vamos, vou ajudá-lo!

Maria me puxou pelo braço e descemos as escadas em silêncio. Ela sabia todos os atalhos para evitar os pontos de vista das câmeras de segurança. Chegamos à porta dos fundos e Maria a abriu com cuidado, espiando para ver se estava tudo livre.

‐ Vá, rápido! - Ela sussurrou, me empurrando levemente. - E não esqueça de me mandar uma mensagem quando chegar.

Gracias, Maria! - Respondi, dando-lhe um rápido abraço antes de sair correndo para o portão.

Encontrei o motorista esperando no carro, exatamente onde Maria tinha combinado. Entrei rapidamente e fechei a porta, me ajeitando no banco.

‐ Bom dia, senhor Pete. Para onde vamos hoje? - Perguntou ele, olhando pelo retrovisor.

‐ Para a faculdade, por favor. E lembre-se, nada de contar para o meu pai sobre isso. Se ele descobrir, você também estará encrencado.

Ele engoliu em seco e assentiu.

‐ Entendido, senhor Pete. Não direi nada.

O carro começou a se mover e eu respirei fundo, tentando me acalmar. Pelo menos, com o motorista a meu lado, eu teria uma chance de chegar a tempo. Olhei pela janela, vendo as ruas passarem rapidamente, e me preparei mentalmente para o dia que tinha pela frente.

Minha mãe era mexicana e faleceu no parto. Eu não a conheci, mas sempre ouvi histórias maravilhosas sobre ela. Papá me dizia que ela era a pessoa mais doce e corajosa que ele já conheceu.

Meu pai, por outro lado, é tailandês. Eu cresci na Tailândia, mas falo espanhol muito bem graças à minha abuelita. Ela vem me visitar de vez em quando, e eu também vou para o México visitá-la quando posso. Foi ela quem me ensinou espanhol, me contando histórias da nossa cultura e tradições.

Apesar de ter perdido minha mãe tão cedo, sempre me senti conectado à minha herança mexicana por meio das histórias da abuelita e das poucas memórias que papá compartilhava. Abuela sempre fazia questão de me lembrar o quanto minha mãe me amava e como ela sonhava que eu tivesse uma vida plena e feliz.

O tempo passou rápido e logo estávamos chegando à faculdade. Olhei para o motorista e dei um suspiro de alívio.

‐ Obrigado por me trazer. - Disse, enquanto pegava minha mochila. - Lembre-se do que eu disse.

‐ Não se preocupe, senhor Pete. Seu segredo está seguro comigo.

Saí do carro e corri em direção ao prédio principal, esperando que meu professor não notasse meu atraso. Eu sabia que precisava me esforçar ainda mais.

Beijos de rivalidade  - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora