Capítulo oito.

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《Vegas Pov》

Consegui convencer Pete a dormir comigo. Não sei exatamente por que eu queria que ele ficasse, considerando o quão insuportável ele pode ser, mas talvez fosse carência.

Durante a madrugada, a cama se transformou em um campo de batalha. Um ficava chutando o outro, ou eu apertava a bunda do Pete e levava tapas em troca. Às vezes, trocávamos beijos também.

Agora, estou acordado com Pete dormindo em cima de mim, a boca aberta e babando. Ri baixinho e cutuquei seu nariz. Ele fez um beicinho e resmungou.

Abuela, no quiero más sopa...

Sorri. Pete estava tão fofo que nem parecia o maluco rabugento, barraqueiro, boca suja e irritante que eu conhecia. Sorri mais uma vez, vendo Pete tão vulnerável e diferente do seu eu habitual. Com cuidado, passei meus dedos pelo cabelo dele, afastando algumas mechas do rosto.

‐ Ei, rabudo. - Murmurei, dando leves tapinhas na bochecha dele.

Pete abriu os olhinhos devagar, piscando várias vezes enquanto tentava entender onde estava. Quando finalmente percebeu que estava deitado em cima de mim, ele bufou e se afastou rapidamente.

‐ Que merda, Vegas. - Resmungou, passando a mão pelo rosto.

‐ Bom dia pra você também, surtadinho. - Respondi com um sorriso debochado.

Pete revirou os olhos e se levantou da cama, esticando os braços.

‐ Precisamos conversar sobre essa noite... - Comecei a dizer, mas Pete me interrompeu.

‐ Não, não precisamos. Foi só... uma coisa que aconteceu. Não significa nada.

Fiquei observando ele por um momento, notando a tensão nos ombros dele. Pete estava claramente desconfortável com a situação.

‐ Relaxa, Pete. Não vou fazer disso um grande drama. Só queria saber se... você quer café da manhã? - Ofereci, tentando aliviar a tensão.

Ele me olhou surpreso, como se não esperasse essa oferta.

‐ Tanto faz. Vou tomar um banho primeiro. - Respondeu, indo em direção ao banheiro.

Enquanto ele fechava a porta, suspirei e me levantei da cama, começando a me vestir. Preparei um café da manhã simples, esperando que isso pudesse acalmar um pouco as coisas entre nós. Afinal, mesmo que ele fosse um maluco rabugento, de alguma forma, eu precisava alimentá-lo.

Pete caminhou até a cozinha, ainda esfregando os olhos para afastar o sono. Ele vestia uma camisa minha que ficava grande nele e uma bermuda minúscula que mal cobria suas coxas. Não consegui evitar dar uma boa olhada de cima abaixo.

‐ Para de me encarar assim, Vegas. - Resmungou Pete, pegando uma xícara de café.

‐ Encarar como? - Perguntei, com um sorriso malicioso.

‐ Como se eu fosse um pedaço de bolo ou algo assim.

Dei uma risada curta, me aproximando dele.

‐ Melhor que isso, Pete. Você é muito mais saboroso do que um bolo.

Ele olhou para mim, surpreso, e depois revirou os olhos.

‐ É estranho ouvir elogios da sua boca sem serem insultos.

Dei de ombros, mantendo meu sorriso.

‐ Só estou sendo sincero.

Pete bufou, mas havia um leve rubor em suas bochechas. Ele se sentou à mesa e começou a comer, evitando meu olhar. Sentei-me em frente a ele, observando cada movimento seu. Por mais que ele fosse um maluco rabugento, havia algo nele que me atraía de uma forma inexplicável.

Beijos de rivalidade  - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora