Capítulo vinte e três.

190 36 18
                                    


《Pov Pete》

Dias se passaram, e eu ainda estava tentando me acostumar com a melhora na minha perna engessada. O desconforto já era menor, mas o desafio emocional de voltar à casa do meu pai era algo com o qual eu ainda estava lutando. Agora parado na frente da casa dele, me vi revivendo todas as inseguranças e medos que vinha tentando enterrar.

A fachada da casa parecia exatamente como eu me lembrava, mas ao mesmo tempo, havia uma sensação de estranhamento, como se o tempo tivesse mudado tudo ao meu redor, exceto aquele lugar. Eu respirei fundo, tentando reunir toda a coragem que conseguia.

Minha mão tremia um pouco enquanto eu apertava a campainha, o som ressoando dentro da casa. O tempo parecia se arrastar enquanto eu esperava, com a mente cheia de pensamentos conflitantes. O que eu diria? Como seria o reencontro? Quando a porta finalmente se abriu, eu sabia que estava prestes a encarar tudo o que havia deixado para trás.

O meu pai estava na porta, com uma expressão que misturava surpresa e algo que eu não conseguia identificar.

- Pete? – Ele disse, a voz carregada de uma emoção que eu não sabia se era alívio ou raiva.

Eu só consegui assentir, sem coragem para dar um passo à frente. Ele me olhou de cima a baixo, como se estivesse tentando reconhecer o filho que tinha há tanto tempo deixado para trás.

- Entra, vai. – Ele finalmente disse, afastando-se da porta e dando espaço para eu entrar.

Dentro, a casa estava como eu me lembrava, mas parecia diferente ao mesmo tempo. A sala de estar estava impecável, e o cheiro familiar de café e madeira antiga preenchia o ar. Meu pai me observava, esperando que eu dissesse algo, mas eu estava sem palavras.

- Senta aí. – Ele apontou para o sofá, e eu me sentei.

Ele se sentou à minha frente, tentando manter um semblante calmo.

- Como está a perna? – Ele perguntou, quebrando o silêncio.

- Está melhorando. – Respondi, tentando soar o mais neutro possível.

- E o que você tem feito? – A pergunta foi mais uma tentativa de iniciar uma conversa do que uma curiosidade genuína.

‐ Estudando...

Meu pai ficou em silêncio por um momento, como se estivesse pensando o que dizer a seguir.

- Eu não sei o que você espera daqui, Pete. – Ele disse, finalmente, a voz mais suave. – Se precisar de algo, pode me pedir. Só não espere que eu vá concordar com tudo o que você faz ou com esse relacionamento que você tem.

- Não estou aqui para pedir a sua aprovação. – Eu disse, a voz tremendo um pouco. – Só preciso que você entenda que estou feliz com o que tenho agora. Não sei o que o futuro reserva para mim e para Vegas, mas, por enquanto, isso é o que eu quero.

Ele suspirou, parecendo mais cansado do que irritado.

- Tudo bem, Pete. Não vou mais forçar você a ir embora, mas espero que você não se arrependa do que está fazendo.

- Pai, por que você é tão frio? – Eu perguntei, a voz saindo mais fraca do que eu pretendia. – Por que você odeia tanto o pai do Vegas e não gosta de mim?

Meu pai me olhou. Ele parecia relutante.

- Claro que eu gosto de você, Pete. Você é meu filho, o único que tenho.

Eu precisava de mais do que uma declaração fria. Eu precisava entender o motivo por trás do seu comportamento.

- Mas por que agir assim? – Eu insisti, tentando manter a calma. – Estou cansado de implorar por sua atenção e amor. Eu só quero entender por que você é assim comigo e por que odeia tanto o pai do Vegas.

Beijos de rivalidade  - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora