Capítulo vinte e dois.

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《Pov pete》

Vegas insistiu em me levar para passar o fim de semana na casa do pai dele, e quanto mais nos aproximávamos do destino, mais eu sentia aquele nervosismo tomando conta de mim. Não era a primeira vez que eu iria lá, mas agora com tudo o que aconteceu, com nosso relacionamento mais exposto, eu estava com medo de como seria.

‐ Não tô gostando dessa cara, Pete. –  Vegas comentou enquanto dirigia, uma das mãos relaxadamente no volante, e a outra entrelaçada com a minha. Eu estava quieto há um bom tempo, mas Vegas sempre sabia quando algo estava me incomodando.

Suspirei, tentando disfarçar a ansiedade. 

‐ Não sei, Vee. E se o seu pai não gostar de mim? E se ele achar que eu não sou bom o suficiente pra você? – Soltei de uma vez, sem conseguir mais segurar os pensamentos.

Vegas soltou uma risada baixa, aquela que ele sempre dava quando achava que eu estava falando besteira.

‐ Pete, meu pai gosta de você. Eu já disse isso mil vezes. – Ele respondeu, apertando minha mão de leve. – Ele até falou que finalmente alguém me colocou na linha. Tá mais do que aprovado.

Eu ainda sentia o nó na garganta, a insegurança não queria me deixar. 

‐ Mas e o seu padrasto? E se ele… sei lá, me achar esquisito? – Continuei, sabendo que talvez estivesse exagerando, mas a ansiedade estava falando mais alto.

‐ Você tá falando sério? Meu padrasto é pior que eu, Pete. Se ele não gostar de você, eu faço ele mudar de ideia. – Brincou, mas logo ficou mais sério, tentando me tranquilizar de verdade. – Amor, você não precisa ter vergonha. Eles vão adorar te ver lá. E se eu não tivesse certeza disso, eu não teria insistido pra gente passar o fim de semana juntos lá.

‐ É só… eu não quero que ninguém pense que você tá cometendo um erro. – Murmurei, me sentindo bobo por dizer isso em voz alta.

Vegas parou o carro no acostamento e se virou totalmente para mim, pegando meu rosto nas mãos.

‐ Pete, olha pra mim. Eu nunca estive tão certo de algo como estou de nós dois. E se meu pai, meu padrasto, ou qualquer outra pessoa pensar o contrário, é problema deles, não nosso. Tá bom? – Ele disse, o tom firme e cheio de convicção.

Eu só consegui assentir, sentindo um pouco do peso saindo dos meus ombros.

Vegas sorriu e me deu um beijo rápido, voltando a dirigir logo depois. E por mais que o nervosismo ainda estivesse ali, as palavras dele faziam eu me sentir mais tranquilo. Afinal, se ele estava seguro sobre nós, eu também podia ficar.

Quando chegamos à mansão, meu coração já estava acelerado, e o nervosismo só aumentava. Vegas, claro, estava tranquilo, com aquele sorriso confiante de sempre. Enquanto eu descia do carro com a ajuda dele, tentei me preparar mentalmente para o que estava por vir. O pai do Vegas era uma figura intimidadora, mas Vegas tinha me garantido que ele gostava de mim. Mesmo assim, não conseguia evitar o frio na barriga.

Quando finalmente chegamos à entrada e o pai do Vegas apareceu, todo imponente como sempre, senti minha boca secar. Respirei fundo, tentando manter a compostura.

Es un placer verle de nuevo, señor. – Comecei, mas para meu horror, as palavras saíram em espanhol.

Vegas parou de andar por um segundo, surpreso, e então começou a rir, o som ecoando pela entrada da mansão. Eu queria me enfiar em um buraco.

‐ Caramba, Pete. – Ele disse entre risos.

O pai dele, por sua vez, apenas sorriu de leve, claramente achando graça na situação.

Beijos de rivalidade  - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora