Capítulo catorze.

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《Pov Pete》

O dia seguinte chegou e já era hora de arrumar nossas coisas para ir embora. Claro que isso não poderia acontecer sem uma discussão. Eu estava dobrando minhas roupas e guardando tudo na mala, enquanto Vegas parecia estar em um mundo à parte, espalhando suas coisas pelo quarto.

- Vegas, você é um bagunceiro. Olha só para isso! — reclamei, apontando para as roupas dele espalhadas pelo chão.

Ele deu de ombros, como se não fosse grande coisa.

‐ Eu vou arrumar, relaxa.

- Relaxa? — Repeti, incrédulo. — Nós temos que desocupar o quarto em meia hora e você ainda não fez nada!

‐ Eu sou eficiente. – Disse ele com um sorriso de lado. — Posso arrumar tudo em dez minutos.

Revirei os olhos, frustrado.

- Não é só sobre o tempo, Vegas. É sobre não ser um completo desorganizado.

‐ Ah, por favor, Pete. Você fica bravo por qualquer coisinha. — Ele pegou uma camisa do chão e a jogou de qualquer jeito na mala.

‐ Porque você me dá motivos! — Rebati. — Você simplesmente não se importa com nada.

Vegas parou por um momento, então olhou para mim com uma expressão mais suave.

‐ Eu me importo com você, Pete. Mesmo que eu seja bagunceiro.

Eu hesitei, sentindo a raiva diminuir um pouco. Ele sempre sabia como me desarmar.

‐ Ainda assim, você poderia tentar ser um pouco mais organizado. — Murmurei, voltando a arrumar minhas coisas.

Vegas se aproximou, um sorriso brincando nos lábios.

‐ Por você, talvez eu possa tentar.

Suspirei, sentindo um sorriso puxando os cantos da minha boca.

‐ Só tente não ser tão irritante.

‐ Sem promessas. — Ele respondeu, rindo enquanto começava a arrumar suas coisas com um pouco mais de seriedade.

No ônibus, eu e Vegas nos sentamos nos assentos do fundo. Os outros alunos estavam espalhados pelo veículo, conversando e rindo. Eu estava tentando me concentrar em meu livro, mas Vegas parecia decidido a não me deixar em paz.

‐ Ei, rabudo, empresta seu fone — pediu Vegas, cutucando meu braço.

‐ Para de me chamar assim, Vegas. — Resmunguei, entregando um dos fones a contragosto. — E para de me incomodar.

Ele colocou o fone no ouvido e sorriu. 

‐ Obrigado, surtadinho.

Revirei os olhos, mas tentei ignorá-lo. Alguns minutos depois, senti Vegas cutucando meu braço novamente.

‐ O que foi agora? — Perguntei, sem paciência.

‐ Tô com fome. Tem algo pra comer? — Ele fez uma cara de cachorro sem dono.

‐ Vegas, você parece uma criança. – Resmunguei, mas comecei a procurar algo na minha mochila. Encontrei um pacote de biscoitos e entreguei a ele. — Aqui, come isso.

‐ Valeu, rabudo. — Ele pegou os biscoitos e começou a comer, um sorriso satisfeito no rosto.

Alguns dos colegas de classe começaram a nos olhar, curiosos. Eles sabiam da nossa fama de briguentos e parecia estranho ver Vegas falando comigo de maneira tão casual.

Beijos de rivalidade  - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora