Capítulo doze

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《Pete Pov》

Na manhã seguinte, eu estava me preparando para ir à faculdade. O que tinha acontecido ontem ainda pesava sobre mim, e eu não conseguia tirar a imagem de Vegas e suas palavras de dentro da minha cabeça. Quando cheguei em casa na noite anterior, meu pai havia brigado comigo por ter dormido fora. Eu não disse nada; apenas aceitei as broncas em silêncio, sentindo uma mistura de raiva e tristeza.

Na faculdade, avistei Khaotung e o chamei. Esperava um sorriso ou um gesto amigável, mas ele apenas me olhou com uma expressão que não consegui decifrar. Meu estômago se revirou com a preocupação.

‐ Está tudo bem? — Perguntei, tentando soar o mais casual possível.

Khaotung soltou uma risada amarga. 

‐ Tudo bem? Você acha que está tudo bem? Primeiro você se afasta, vira amigo do Gun e está sendo grosso comigo o tempo todo. Estou cansado de ser tratado assim.

Ele pegou um presente da mochila e me entregou. 

‐ Eu sei que você não gosta de presentes, mas eu vi esse livro novo e lembrei que você queria muito. Então, feliz aniversário atrasado.

Enquanto eu olhava para o presente, sem saber o que dizer, First se aproximou, chamando Khaotung de amor e o beijando. Eu fiquei chocado.

‐ O que é isso? — Perguntei, sem conseguir esconder a surpresa na voz.

- Estamos namorando. Sei que você odeia Vegas e tem o direito de sentir o que quiser, mas eu não posso mais fingir que não tenho nada a ver com First. Se você se importasse mais, teria percebido isso há muito tempo.

First riu, e Khaotung deu um breve "até logo" antes de se afastar, saindo com seu namorado. Eu fiquei ali, estupefato, sentindo a frustração e a confusão se misturarem em uma bola de emoções. Não era apenas o que tinha acontecido com Vegas que estava pesando sobre mim, mas agora parecia que eu estava perdendo também as pessoas ao meu redor, por causa das minhas próprias ações e do meu comportamento.

A medida que Khaotung e First se afastavam, um sentimento de vazio tomou conta de mim. Olhei para o presente que Khaotung me deu, sentindo um nó na garganta. Eu era um idiota. Perdi meu melhor amigo por ser um péssimo amigo e uma pessoa horrível.

Enquanto esses pensamentos me consumiam, Gun se aproximou, aparentemente animado.

‐ Pete! Amanhã vai ter uma viagem para os melhores alunos da faculdade.

Olhei para ele, ainda processando a informação.

‐ Viagem? Para onde?

‐ Não sei exatamente, mas é um lugar com praia. Vão anunciar hoje os vinte melhores alunos que vão.

Eu não conseguia focar totalmente nas palavras dele. Estava perdido em meus próprios pensamentos, sentindo a culpa me esmagar. Eu sabia que precisava mudar, mas naquele momento, não tinha ideia de como fazer isso.

‐ Praia, hein? — Murmurei, tentando soar interessado.

Gun percebeu meu desânimo e colocou uma mão em meu ombro.

‐ Ei, vai ser legal. Quem sabe você é um dos escolhidos? 

Eu apenas assenti, forçando um sorriso. A ideia de uma viagem parecia atraente, talvez um escape temporário da confusão que estava minha vida. Mas eu não podia deixar de pensar em todas as pontes que queimei e nas pessoas que machuquei no caminho.

O dia passou arrastado, e quando finalmente anunciaram os alunos selecionados para a viagem, meu nome estava na lista. Gun me deu um tapinha nas costas, animado.

Beijos de rivalidade  - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora