Capítulo onze.

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《Pov Pete》

Acordei com o braço de Vegas em volta da minha cintura. Ele estava dormindo, e por um momento, fiquei ali, observando-o. Meus sentimentos estavam uma confusão total. Nunca tinha sentido algo assim antes. E para ser honesto, eu estava muito envergonhado por ter mostrado aquele lado vulnerável. Foi a primeira vez que chorei na frente de alguém, e nunca imaginei que seria justamente na frente do idiota do Vegas.

Passei a mão pelo rosto, tentando processar tudo o que tinha acontecido ontem. O bolo, o apoio inesperado, a maneira como ele me fez sentir que talvez, não estivesse tão sozinho quanto sempre acreditei. Era difícil de aceitar, mas, de alguma forma, Vegas tinha se tornado uma espécie de refúgio, mesmo com todas as brigas e provocações.

Olhei para ele novamente, ainda dormindo. Como ele conseguia ser tão irritante e ao mesmo tempo tão... necessário? Afastei um pouco o braço dele, me mexendo devagar para não acordá-lo. Precisava de um pouco de espaço para pensar. Levantei da cama e fui até a janela, olhando para a cidade lá fora.

Minha cabeça estava um turbilhão. Era como se tudo tivesse mudado de um dia para o outro. Parte de mim queria odiá-lo ainda mais por me fazer sentir assim, mas outra parte... bem, outra parte estava grata. 

De repente, ouvi Vegas se mexer na cama. Virei e vi que ele estava acordando, esfregando os olhos sonolentos.

‐ Bom dia, surtadinho. — Ele murmurou, com aquele sorriso preguiçoso que eu sempre fingia odiar.

‐ Cala a boca, Vegas. – Respondi automaticamente, mas sem a usual amargura na voz.

‐ Tá, tá. – Ele disse, sentando na cama e esticando os braços. – Você tá bem?

‐ Acho que sim. Só... pensando.

‐ Pensando no quê? 

‐ Em tudo. – Respondi, olhando para ele. – No que aconteceu ontem, no bolo, no fato de que você estava lá pra mim...

‐ Ah, isso. – Ele disse, encolhendo os ombros. – Foi nada demais, Pete. Só achei que você merecia um aniversário decente.

‐ Nunca imaginei que você faria algo assim. – Admiti, sentindo meu rosto esquentar.

‐ Nem eu, pra ser honesto. – Ele disse, sorrindo. – Mas acho que todo mundo merece um pouco de felicidade, mesmo você sendo um chato.

Rolei os olhos, mas não pude evitar um pequeno sorriso. Vegas se levantou da cama e caminhou até mim, envolvendo minha cintura com seus braços e deitando a cabeça no meu ombro. Fiquei um pouco imóvel, sem saber como reagir ao toque físico. Era estranho, desconfortável, mas ao mesmo tempo, havia algo reconfortante naquilo.

Antes que eu pudesse pensar muito sobre isso, Vegas levantou a cabeça e me beijou. Foi um beijo suave, quase tímido, mas cheio de intensidade. Por um momento, fiquei parado, sem saber como responder. Então algo dentro de mim cedeu, e eu retribuí o beijo, fechando os olhos e me permitindo sentir.

Ele aprofundou o beijo, puxando-me mais perto, e eu me vi agarrando sua camisa. Quando finalmente nos separamos, ele ainda mantinha os braços ao redor da minha cintura, e eu estava sem fôlego, tentando processar o que acabou de acontecer.

‐ O que foi isso? – Perguntei, a voz um pouco rouca.

‐ Eu não sei. – Vegas respondeu, com um pequeno sorriso. – Só senti que devia fazer isso.

‐ Você é um idiota. – Murmurei, mas sem nenhuma verdadeira raiva na voz.

‐ Eu sei. – Ele disse, rindo baixinho. – Mas você gosta de mim assim mesmo.

Beijos de rivalidade  - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora