Lie - Cap - 2

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"Kanashimi wa mada oboerarezu
Setsunasa wa ima tsukami hajimeta" - Blue Bird

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O caminho até o acampamento ( que pelo que disseram é algo temporário, só até resgatarem sobreviventes ) parecia ser bem simples, todavia haviam várias armadilhas espalhadas pelo bosque que usamos como atalho, e como a vida é um saco fomos atacados por vários inimigos, Hitto e Lixy deram cobertura para que Zawa pudesse me carregar.

- Esses caras não cansam não? Porra, o que você tem em garota? Eles nunca fizeram tanta questão por uma pessoa - berrou Zawa ofegante.

- Desculpa, mas meio que eu não sei - falei me aninhando nos braços do moreno - achava que só os especiais mereciam a atenção da Liga, mas desde que fugi não tive nem um pouquinho de sossego.

Zawa apenas assentiu e continuou correndo, logo Hitto e sua irmã estavam ao nosso lado, a garota que até então imaginei ser indestrutível, estava com um corte em seu lábio inferior.

- Gostando da viagem minha doçura? - disse Hitto.

Claro que estou gostando, uma benção dessas me carregando, eu jamais reclamaria se sempre fosse carregada assim, mas óbvio que não vou assumir isso.

- Tirando as armadilhas e uns malucos querendo minha cabeça, bem, estou amando a viagem. - falei.

Hitto e Lixy riram, e tive a leve impressão de que Zawa deu uma leve risada. Zawa aparentava ser sempre sério demais, por isso Hitto devia provocá-lo tanto.

Avançamos pelo bosque, quando Lixy saiu na frente, eu não entendi o porquê, mas logo tudo fez sentido.

O acampamento era protegido por uma barreira, e haviam algumas pessoas fazendo patrulha pelos arredores, Lixy foi na frente para alertá-los de sua volta e de seus aliados.

Adentramos o acampamento, e logo recebemos diversos olhares curiosos, a grande maioria direcionados a mim no colo de Zawa.

- O pessoal aqui é bem fácil de lidar, só precisará respeitar a individualidade de cada um, e manter sempre certos limites. E bem.. eles só estão curiosos para saber qual seu poder. - Zawa falou sem ao menos olhar para mim ( me senti ignorada ).

Chegamos em uma cabana enorme, nos esperando, tinha um homem que parecia bastante com um dos meus salvadores, em específico Hitto, só que em uma versão um pouco mais velha, e outro detalhe que diferia Hitto e esse homem era o cabelo, Hitto tinha cabelos negros enquanto sua versão mais avançada cabelos castanhos num tom claro ( óbvio que essa diferença não alterou num fator importante: o homem era um baita gostosão ).

O homem sorriu ao nos ver e já veio nos cumprimentar.

- Você carregando uma dama é uma baita novidade em Zawa. - falou o homem em tom sarcástico.

- Se a nossa convidada não estivesse em péssimas condições eu certamente não a traria em meus braços, afinal sou noivo, ou você se esqueceu irmãozinho? - meu mundo caiu assim que Zawa falou a palavra noivo.

Porra, quando eu penso em desistir do celibato, o universo fica contra mim, tinha que ser comprometido? O mundo me odeia.

- Esse é o milagre irmão, você tocar em uma mulher que não seja a sua? Mas enfim, entendo o porquê, uma doçura dessas não se deixa atoa. - sério que até ele vai me chamar de doçura? Poxa tio. - E que falta de educação a minha, não me apresentei. Eu me chamo Guno, e você doçura?

- Vicna.. - me recuso falar mais que isso.

- Não estou sentindo nenhuma energia vindo de você doçura, não nasceu com nenhum dom? - tocou no ponto fraco senhor Guno.

- Minha mãe era de classe C e meu pai não tinha habilidade, boa parte da minha família eram de classes extremamente baixas. - falei. - Mas tenho certa habilidade com espadas e sou consideravelmente ótima com arquearia.

- Isso é bom doçura, e bem você conheceu os meus filhos, imagino que tenham explicado como funcionam os nossos sistemas - falou Guno arqueando uma sombrancelha - pela sua cara não, e me surpreende você Zawa não ter lhe dito nada também.

Zawa apenas ignorou o que seu irmão havia falado, e me colocou no chão graciosamente ( sério, esse homem só não é perfeito totalmente pois está noivo ).

- Bom doçura já que ninguém lhe explicou nada, darei um breve resumo.
Nós não forçamos ninguém continuar por aqui obviamente, e bem se você decidir ficar quando se recuperar, os trabalhos são divididos - articulou Guno - e bem já que você tem habilidades com espadas, daria uma ótima vigilante, ou até mesmo uma protetora.

Apenas assenti com a cabeça, pois meu braço novamente começou a latejar, e creio que meus anfitriões perceberam, pois me lançaram olhares preocupados.

Zawa novamente me pegou no colo sem aviso prévio, e fomos a uma instalação próxima a um lago ( confesso que não sei nadar, mas mergulharia tranquilamente ali ), aquele lago me trouxe uma sensação de paz. Chegamos nessa nova cabana, onde uma moça estava tratando o ferimento de Lixy. Quando nos viu ( bom ela só olhou pro Zawa mas tudo bem ) veio logo falar conosco ( ela só falou com Zawa ).

A moça me lançou um olhar azedo e apenas isso, logo voltando ao que estava fazendo.

- Por que essa cara de decepção? - indagou Lixy - A Vanita é noiva do meu querido tio aí, e bem ela obviamente não está contente em ver o amado com outra nos braços.

Juro que quero matar essa garota.

- Decepcionada porque? Se quem me chamou a atenção foi o seu irmão? E aliás aposto que consigo ficar com ele até o fim do dia. - Falei em tom irônico.

Lixy apenas revirou os olhos, e logo Zawa me levou até uma outra sala da cabana, onde uma senhora nos esperava para fazer os meus exames. Essa senhora é um anjo, não precisei falar nada, ela já me entregou remédios para dor e ainda fez uma massagem incrível nos meus ombros, não sei se o poder dela é entorpecer as pessoas, mas se for funciona direitinho.

Minha carruagem pessoal ( meu querido Zawa ) e a senhora das mãos de fada, me deixaram na sala para que pudesse descansar, nem me esforcei muito, logo eu já estava totalmente apagada.

Quando acordei dei de cara com Hitto sentando em uma poltrona e ao seu lado uma cesta de frutas.

- Dormiu bem minha doçura? Teve bons sonhos? - falou Hitto dando uma piscadela.

- Dormiria melhor acompanhada. - devolvi a piscadela.

- Se não fossem as regras doçura, eu amaria acompanhar você em seu momento de sono. - concluiu Hitto.

- Bem, seu pai não me falou sobre regras. - falei.

- Aquele coroa é um pé no saco em relação às normas do acampamento, mas não diz as regras pra uma novata? - murmurou Hitto. - Olha doçura, as regras não permitem se relacionar com sobreviventes que chegaram recentemente, no mínimo um mês pra se ter confiança.

- E essa regra está totalmente certa, nunca se sabe quando alguém vai se infiltrar. - pronunciei.

Hitto deu de ombros, e continuou com suas investidas pra cima de mim.

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