Em uma cidade onde segredos são a moeda corrente, uma jovem em perigo é inesperadamente salva por um homem comprometido. Porém, esse compromisso é apenas uma fachada, uma armadilha cuidadosamente construída para esconder suas verdadeiras intenções...
Acordei naquela manhã com um sentimento de gratidão. Tinha Zawa por perto, algo que me trazia uma sensação de segurança e conforto. Enquanto ele dormia, seu rosto tranquilo e sereno, eu o observava em silêncio. Era incrível como, depois de tudo o que passamos, nossa conexão se mantinha tão forte. Pensar que éramos apenas amigos agora parecia um eufemismo. O que tínhamos era profundo, quase palpável.
Tudo estava perfeito até que Guno apareceu, com o rosto contorcido de desespero.
— Vicna, Pixy sumiu! — ele exclamou, a voz carregada de pânico.
Eu não gostava dela, mas sabia que seu desaparecimento poderia significar problemas para todos nós. Scöner já tinha procurado por todo o acampamento da Liga, mas não havia sinal dela. Guno, decidido a encontrá-la, convocou uma missão e insistiu em liderá-la.
— Eu vou encontrá-la, nem que tenha que revirar cada centímetro desse lugar. — disse Guno, a determinação evidente em seus olhos.
Zawa, ainda se sentindo culpado pelo soco que deu em seu irmão, se ofereceu para ir. Meu coração apertou ao vê-lo se voluntariar, mas eu sabia que ele faria isso.
— Eu vou junto, Guno. Isso é parte da minha responsabilidade também. — Zawa falou com firmeza.
Scöner e Hitto também se juntaram à missão. E assim, fiquei responsável pelo acampamento.
Os dias seguintes foram uma montanha-russa emocional. A responsabilidade de cuidar do acampamento era imensa, e eu sentia uma pressão enorme. Jinf e Roma fizeram o possível para me ajudar, mas minha preocupação constante com Zawa e os outros rapazes tornava tudo mais difícil.
— Vicna, você está indo bem. Eles vão voltar, são fortes. — Roma tentava me confortar, mas eu via a mesma preocupação nos olhos dela.
Até Bell, sempre tão simpática, tentou aliviar meu fardo, mas a angústia não me deixava.
— Qualquer coisa que você precisar, Vicna, estou aqui. — Bell disse, sua voz suave.
Dois dias se passaram sem qualquer notícia deles. A cada hora que passava, a ansiedade aumentava. Tentávamos manter a rotina, mas a falta de informações nos deixava a todos em um estado de alerta constante. Roma, sempre tão otimista, tentou me confortar, dizendo que os rapazes eram fortes e sabiam se cuidar.
— Vicna, eles sabem o que estão fazendo. Vão voltar bem. — Roma disse, tentando soar confiante.
Mas, mesmo com suas palavras, eu não conseguia afastar a preocupação.