Em uma cidade onde segredos são a moeda corrente, uma jovem em perigo é inesperadamente salva por um homem comprometido. Porém, esse compromisso é apenas uma fachada, uma armadilha cuidadosamente construída para esconder suas verdadeiras intenções...
Estávamos todos sentados ao redor da fogueira, o calor das chamas aquecendo nossas faces enquanto a noite caía ao nosso redor. Roma estava aninhada nos braços de Jinf, suas risadas suaves enchendo o ar. Eu tomava um gole do meu chá, ponderando se deveria compartilhar minhas preocupações com o grupo. A conversa estava animada, mas eu sabia que precisávamos discutir algo sério. Respirei fundo e decidi falar.
— Eu estive na cabana do Guno hoje. — comecei, atraindo os olhares curiosos dos meus amigos. — Ele está totalmente despreocupado com a possibilidade de uma invasão. Quando tentei explicar a ele o quão perigoso é, ele simplesmente me ignorou.
Zawa, que estava sentado ao meu lado, levantou o olhar de seu trabalho manual. Sua expressão passou de curiosa a séria em segundos. — O que você quer dizer com 'despreocupado'? — ele perguntou, sua voz carregada de uma preocupação crescente.
— Quero dizer que ele não está levando a segurança a sério. — respondi, sentindo o peso das palavras. — Ele acha que o perigo está longe demais para nos afetar. É como se ele estivesse vivendo em um mundo onde nada pode dar errado.
Zawa apertou os punhos, seus olhos ardendo com uma fúria que raramente vi.
— Guno sempre foi irresponsável, mas isso é demais. Ele está colocando todos em risco com essa atitude. Não posso acreditar que ele está sendo tão negligente.
Roma e Jinf se entreolharam, a preocupação estampada em seus rostos.
— Então, o que vamos fazer? — Jinf perguntou, sua voz suave contrastando com a seriedade da situação.
Zawa se levantou, suas mãos ainda cerradas em punhos.
— Vocês devem vir ficar comigo na cabana. — ele declarou, seus olhos fixos em mim. — É mais segura e eu posso garantir que todos estejam protegidos.
Roma sorriu, mas sacudiu a cabeça.
— Obrigada, Zawa, mas Jinf e eu estamos bem onde estamos. Temos nossas rotinas e nossos espaços. Vamos ficar alertas, mas não vamos nos mudar.
Eu observei a interação, sabendo que a resposta de Roma era educada, mas firme. Quando ela se voltou para mim, Zawa mudou seu foco também.
— E você, Vicna? — ele perguntou, sua voz mais suave, mas ainda carregada de preocupação. — Você deveria vir comigo.
Eu hesitei, não querendo parecer ingrata, mas também não querendo mudar meus planos.
— Zawa, eu... Eu realmente agradeço, mas acho que estou bem. Eu já tenho minhas rotinas e...