Em uma cidade onde segredos são a moeda corrente, uma jovem em perigo é inesperadamente salva por um homem comprometido. Porém, esse compromisso é apenas uma fachada, uma armadilha cuidadosamente construída para esconder suas verdadeiras intenções...
O sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, enquanto eu caminhava de volta para o acampamento. As buscas pelo esconderijo da Liga tinham sido infrutíferas mais uma vez, e apesar dos esforços conjuntos de todos, a frustração era palpável. O cansaço se acumulava em meus ossos, mas eu sabia que não podia me deixar abater. Não agora.
— Ei, Vicna, como foi hoje? — Jinf perguntou, sua voz soando esperançosa enquanto ele se aproximava.
Ele e Roma estavam sentados próximos à cabana principal, compartilhando um momento de quietude. Olhei para eles e forcei um sorriso, tentando esconder a exaustão.
— Não encontramos nada ainda, mas vamos continuar procurando. Não podemos desistir. — respondi, tentando infundir um pouco de otimismo na minha voz. — E como estão os preparativos para a surpresa de Hitto?
Roma deu um sorriso e se levantou, caminhando em minha direção.
— Estamos quase prontos. Santt conseguiu algumas velas e lanternas, e Jinf e eu decoramos o espaço perto do lago. Hitto vai adorar. — ela disse, seu entusiasmo evidente.
— Isso é ótimo. — respondi, sentindo um calor reconfortante ao saber que pelo menos uma coisa estava indo bem. — Hitto merece uma boa surpresa. Ele tem trabalhado tanto.
— Sim, ele merece. — Jinf concordou, olhando para Roma com um brilho nos olhos. Eles estavam tão felizes juntos, e isso sempre aquecia meu coração.
— Não vejo a hora de ver a reação dele. — Jinf disse, rindo suavemente. — Acho que ele não suspeita de nada.
— É, ele está tão focado nas missões que provavelmente nem percebeu os preparativos. — Roma acrescentou, segurando minha mão com um aperto reconfortante. — Mas vamos conseguir. Precisamos disso. Todos nós.
Concordei com a cabeça, sentindo a determinação crescer dentro de mim. Apesar dos desafios, não podíamos ceder à infelicidade. Havia uma linha tênue entre a esperança e o desespero, e eu sabia que tínhamos que nos agarrar à esperança com todas as forças.
Enquanto caminhávamos de volta a nossa cabana, minha mente vagava. Pensava em Hitto, em como ele sempre estava disposto a ajudar, a arriscar sua vida pelos outros. Lembrava de como ele havia resgatado aquela sobrevivente no ano passado, e como eles agora estavam juntos. Ele merecia mais do que ninguém um momento de alegria, um momento para esquecer o caos ao nosso redor.
