Lie - Cap - 4

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"Life a livin' hell, puddles of blood in the streets
Shooters on top of the building, government aid ain't relief" — Pray For Me

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Depois do café, fui levada para pegar minhas espadas, que estavam em um arsenal. Confesso que fiquei impressionada com a quantidade de armas que haviam lá.

Infelizmente, minhas acompanhantes não foram nada agradáveis. Hitto e Zawa não puderam me acompanhar, então vieram Lixy e Vanita no lugar deles. As duas fizeram questão de me provocar durante todo o caminho.

Quando finalmente tive minhas preciosas lâminas em mãos novamente, senti como se tivesse ido ao céu e retornado. Aquelas espadas possuem um imenso valor sentimental para mim.

— Gostaria de saber por que meu pai decidiu devolvê-las para você. — começou Lixy.

— Meu cunhado deveria ser mais cuidadoso com as pessoas que traz para o nosso acampamento, e seu irmão, Lixy, poderia ter um gosto muito melhor. — concluiu Vanita.

Essas duas estão me irritando muito. Elas realmente acham que eu não sou suficiente para o Hitto? Se eu não tivesse ética, até daria em cima do Zawa.

— Pelo que eu vi, o único cego e com péssimo gosto é o Zawa — provoquei, saindo do armazém onde estávamos e indo direto para o lago, onde Hitto estaria me esperando.

As duas se entreolharam, claramente irritadas com o que eu disse (o que era exatamente o meu objetivo).

Quando cheguei ao lago, encontrei Hitto. Ele agora estava vestindo uma camisa justa que realçava seus músculos. A cada momento, ele se superava, aumentando ainda mais o meu desejo de tê-lo.

— Demorei, gatinho? — perguntei em um tom provocativo.

— Por você, espero todo o tempo do mundo, minha doçura — respondeu Hitto, beijando minha bochecha.

— Se continuar me cortejando assim, vou acabar me apaixonando — falei com uma leve risada.

— Esse é o objetivo, doçura — declarou Hitto.

— Se eu não fosse tão fiel à minha religião, eu aceitaria ficar com você, mas só posso depois do casamento — disse, rindo da expressão que Hitto fez.

— Querida, na situação em que vivemos, a religião não importa, mas respeitarei você. No entanto, nunca se sabe quando você pode mudar de ideia. — respondeu Hitto, entrando na brincadeira.

— Isso só acontecerá se as maldades do mundo me corromperem, mas minha fé é forte. — falei, ainda rindo.

— Preparada para conhecer sua cabana? Fiz questão de colocá-la bem próxima da minha. Vai que, no meio da noite, o mundo te corrompe e você acaba misteriosamente no meu quarto. — provocou Hitto.

— É uma pena não podermos compartilhar a mesma cabana. Talvez o mundo me corrompesse mais rápido assim. — declarei, enviando um beijinho para Hitto.

Passamos algum tempo jogando conversa fora e, logo depois, fomos conhecer meu novo lar.

A estrutura de madeira era o charme do lugar. Não era muito grande, mas, como eu ficaria sozinha, era perfeito.

Como não tinha nada a acrescentar naquele lugar, simplesmente me sentei em uma cadeira e observei o ambiente por mais um tempo. Após o almoço, meu treinamento com Zawa começaria, e eu estava ansiosa para ver aquele mestre em ação. Talvez eu consiga descobrir algo sobre as cabanas vazias com ele, já que Guno evitou o assunto quando perguntei.

O almoço foi breve, e após me preparar rapidamente, Zawa já estava me esperando. O acompanhei até uma área mais isolada do acampamento e estranhei ao notar que ele não estava com nenhuma espada, mas decidi guardar minha curiosidade para mim mesma.

Outro aspecto incomum foi a presença da namorada de Lixy, que estava nos esperando.

— Hoje, quero apenas observar o que você é capaz de fazer, por isso Bell está aqui. — declarou Zawa. — Ela é uma das melhores espadachins que temos.

Simplesmente acenei com a cabeça e saudei minha adversária.

Enquanto me preparo para o treinamento, sinto um frio na barriga ao encarar minha oponente. Ela está com uma expressão confiante e uma postura firme, segurando a espada com uma facilidade que me faz sentir a diferença de habilidade entre nós. Cada movimento dela parece calculado e natural, enquanto eu me sinto um pouco desajeitada, tentando acompanhar o ritmo.

Quando o treino começa, ela avança com velocidade e precisão. Seus ataques são rápidos e bem direcionados, e eu mal consigo manter a guarda. Cada vez que consigo bloquear um golpe, é com um esforço imenso, e sinto a frustração crescendo ao não conseguir contra-atacar efetivamente.

Ela parece estar controlando a intensidade do combate, usando apenas o necessário para me desafiar sem me sobrecarregar. Seus movimentos são fluidos e quase graciosos, como se ela estivesse dançando com a espada, enquanto eu estou lutando apenas para não ser derrotada de imediato.

Do lado de fora, Zawa observa com uma expressão neutra. Seu olhar é atento, mas distante, como se estivesse avaliando cada detalhe da nossa luta. Eu sinto sua presença, sabendo que ele está avaliando meu desempenho e esperando que eu aprenda e melhore. O silêncio dele me faz sentir ainda mais a pressão de ter que corresponder às expectativas.

Enquanto o combate continua, sinto uma mistura de cansaço e determinação. Cada golpe que recebo é um lembrete das minhas fraquezas.

Vejo o olhar de Zawa e espero que, apesar das dificuldades, ele reconheça o meu esforço e a vontade de melhorar.

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