Pov chloe
Chloe: elis, eu realmente adorei passar o dia contigo.- ela segurou minhas mãos.
Elis: eu também, Chloe. Foi perfeito.- sorriu para mim, senti meu coração acelerar.
Antes que eu pudesse responder, a janela da sala de estar se abriu com um rangido, revelando a silhueta da minha avó.
Aline: chloe, já está tarde. Quem está aí com você?- com uma voz firme e um olhar penetrante.
Chloe: boa noite, avó. É a Elis. Estávamos só conversando, mas ela já está indo para casa.-virei um pouco nervosa, mas tentando manter a calma.
Aline: é melhor mesmo. Não é hora para estar a conversar na porta de casa, especialmente com quem não sabe se comportar. - Seu olhar se fixou na elis, avaliando-a com desconfiança.
Elis: boa noite, Dona Aline. Já estou de saída. Chloe, vejo você amanhã?
Chloe: claro, Elis. Até amanhã.- apertei a mão da Elis um pouco mais forte, em um gesto de apoio.
Aline: Chloe, venha para dentro agora.
Chloe: boa noite, Elis. Cuida-te no caminho de volta para casa.- Olhei para ela com um sorriso encorajador, apesar da tensão evidente.
Elis: boa noite, Chloe. Até amanhã.- Assenti, sentindo o peso do olhar da minha avó sobre ela.
Assim que entrei em casa, a minha avó estava sentada na sala de estar, olhando fixamente para o espaço com um semblante preocupado. A tensão ainda pairava no ar e era inevitável não conversar com ela.
Aline: hoje chegaste muito tarde e isso não é certo.
Chloe: Eu sei, avó. Desculpe pela situação. A Elis já estava indo embora.- respondi, tentando manter a calma.- mas posso explicar...
Aline: Não é só isso, Chloe. É a forma como você tem se comportado ultimamente.- olhou para mim.- Eu vi como você se despediu da Elis. Isso não é aceitável. Vou ter que falar com sua mãe sobre isso.
Chloe: Não precisa fazer isso, avó. Não é tão grave assim.
Aline: eu não posso ficar de braços cruzados. Sua mãe precisa saber disso.
Chloe: eu mesma posso dizer isso, não preciso que faças isso por mim.
Aline: Você não entende, minha filha. Não é apenas sobre você. É sobre a influência que essa garota pode ter sobre você. Sua mãe precisa saber o que está acontecendo.
A porta da sala se abriu e Camilo entrou, com uma expressão preocupada. Ele havia ouvido a discussão e parecia pronto para intervir.
Camilo: o que está acontecendo aqui?
Aline: chloe estava de mãos dadas com a aquela garota, a Elis.- nesse momento senti um alívio por ela não ter visto o beijo.- e isso não é aceitável, e a sua mãe precisa ser informada.
Camilo: Avó, talvez devêssemos tratar isso de maneira mais calma. Chloe tem o direito de tomar suas próprias decisões.- olhou para mim com um semblante cansado.
Aline: Não é apenas sobre direitos, Camilo. É sobre orientação e responsabilidade.
Camilo: eu vou falar com a mamae. Mas precisamos abordar isso com sensatez. Não queremos que Chloe sinta que está sendo atacada ou pressionada.
Aline: não, eu mesma vou falar com ela assim que ela chegar.- suspirou.- chloe, será que podemos conversar um momento no seu quarto? Acho que precisamos esclarecer algumas coisas sem a presença de mais ninguém.
Chloe: claro, avó. Vamos.- fomos até ao meu quarto e assim que a porta se fechou respirei fundo, tentando manter a calma.
Aline: chloe, eu sei que a noite está a ser difícil, e eu sinto muito se pareci dura. Meu objetivo não é te atacar, mas sim garantir que você esteja segura e no caminho certo.
Chloe: eu entendo, avó. Mas isso me machuca.
Aline: Chloe eu só quero te proteger de possíveis influências negativas. Eu vi como a situação estava e fiquei preocupada com a forma como você estava se comportando. Não quero que você se envolva com esses tipos de coisas.
Chloe: Eu sei que você se preocupa comigo. Mas também preciso da minha privacidade e da minha liberdade para fazer minhas próprias escolhas. Eu não estava fazendo nada de errado.
Aline: desde que terminaste com o Yuran o teu comportamento mudou e isso me preocupada.
Chloe: isso não tem nada haver com o Yuran.
Aline: estás traumatizada? Sabes que podes desabafar comigo.
Chloe: não esperava que fosses falar isso. Avó, me deixa sozinha, por favor.
eu sentia que estava sendo tratada como uma criança incapaz de tomar suas próprias decisões. A sensação de frustração e desamparo começou a crescer dentro de mim.
Sem conseguir mais conter minhas emoções, as lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto. Primeiro, foram apenas algumas gotas, mas logo se transformaram em um choro silencioso e desesperado. Cada soluço parecia carregar o peso da preocupação e do medo de não ser compreendida, de não ter o direito de fazer minhas próprias escolhas.
Chorava não apenas pela discussão com a minha avó, mas pela sensação de estar entre a necessidade de me libertar e o desejo de manter a harmonia com a família. As lágrimas continuavam a cair enquanto eu me perguntava se havia algum jeito de encontrar um equilíbrio entre minha independência e as expectativas da minha família.
A sensação de estar incompreendida e o medo de perder o apoio que sempre tive foram esmagadores. Eu só queria que as pessoas ao meu redor vissem que eu estava tentando agir com responsabilidade e que minhas intenções não eram de desrespeitar, mas de seguir meu próprio caminho.Foi então que meu celular vibrou na mesa de cabeceira. Olhei para a tela e vi que era uma mensagem da Elis. Um sentimento de alívio me invadiu instantaneamente. Ela sempre tinha o jeito de trazer um pouco de paz.
Peguei o telefone e li a mensagem de Elis:
Elis: Oi, chloe. Como você está? Fiquei preocupada com você e queria saber se está tudo bem.
Senti uma onda de conforto ao ver a mensagem. Decidi abrir meu coração e compartilhar o que estava acontecendo.
Chloe: Oi, Elis. A noite está a ser difícil. Minha avó viu a gente de mãos dadas e a conversa ficou muito tensa. Ela estava tão chateada que eu acabei chorando. Estou me sentindo um pouco perdida agora.
A resposta de Elis foi rápida e cheia de empatia:
Elis: Sinto muito em ouvir isso. Deve estar sendo muito difícil para ti. Estou a caminho daí para ficar contigo. Se precisar de mim agora, estou aqui para te apoiar. Aliás, se for mais fácil, posso entrar pela janela.
A oferta de Elis me surpreendeu e me fez sentir uma onda de gratidão. A ideia de ter a presença dela ao meu lado parecia um alívio necessário.
Chloe: Obrigada, Elis. Realmente, seria ótimo ter você aqui. Não quero que ninguém perceba, então, por favor, entre com cuidado.
Elis: Claro! Estarei lá em breve. Fique tranquila, vou entrar discretamente. Quero estar ao seu lado para ajudar você a lidar com isso.
Eu respirei fundo e olhei para a janela do meu quarto. A perspectiva de ter Elis ali ao meu lado me trouxe um pouco de paz em meio ao caos. Terminei a conversa com uma sensação de esperança, sabendo que, apesar dos desafios, eu não estava sozinha.
Levantei-me e fui até a janela, certificando-me de que estava desbloqueada e que o caminho estava livre. Meus pensamentos estavam um pouco mais calmos, ansiosa pela chegada da Elis e pela companhia que ela traria. A noite ainda prometia ser longa, mas com Elis ao meu lado, eu me sentia um pouco mais preparada para enfrentar o que viesse.

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Sem medo de amar
RomanceElis era uma jovem solitária, sempre preferindo passar seu tempo lendo ou jogando vídeo game. Ela era tímida, introvertida e havia construído muros invisíveis ao seu redor para se proteger das supostas desilusões que a vida lhe traria. Chloe, por ou...