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Débora Salles.

Xxx: Tudo indica que a Manuella sofreu uma perca de memória recente por conta do traumatismo que ela sofreu durante o acidente.

Débora: E isso é normal doutora?

Xxx: Infelizmente sim. A perca de memória é alguma das sequelas pós traumatismo craniano.— suspirou.

Débora: E por quanto tempo ela vai ficar assim doutora?— perguntei preocupada.

Xxx: Não sei te dizer ao certo. Pode durar dias ou até mesmo meses.

Rei: Meses???— falou assustado.

Xxx: Infelizmente sim. Agora tudo depende de como o cérebro dela iria reagir.— ele balançou a cabeça em negação.— Irei caminhar a Manuella para um neurologista e também um psiquiatra para acompanhamento. Talvez ela necessite de medicamentos nesse processo de recuperação.

Débora: E o que nós fazemos agora??

Xxx: O ideal agora é ela manter repouso, se alimentar bem, ter boas noites de sono e aos poucos vocês começarem a estimular ela... Como mostrar vídeos, fotos, conversas e até mesmo levar ela a lugares que ela frequentava antes da perca da memória.— assenti.— Iremos continuar monitorando o quadro dela e eu já solicitei novos exames.

Débora: Obrigada doutora.

Rei: Valeu aí doutora.

Xxx: Imagina, se precisarem é só me procurar.— assenti e ela andando.

Débora: Isso só pode ser um pesadelo.— suspirei e sentei em um dos bancos da recepção.

Rei: Tudo ao seu favor pô.— me encarou.

Débora: Do que você está falando Rei?

Rei: Suas mentiras continuaram debaixo do tapete... Pelo menos por enquanto.

Débora: E você acha que é isso que eu quero????

Rei: Tenho certeza dessa parada. Tu é mentirosa e dissimulada Débora.

Débora: Tudo que eu fiz foi para proteger a minha filha Rei.

Rei: E precisava mentir dessa forma caralho?? Me usar no bagulho e também usar meus filhos? Usar geral??

Débora: Eu não tive outra escolha.

Rei: A gente sempre tem escolhas no bagulho Débora.— me encarou.— E eu jamais deixaria de te estender a mão em uma dificuldade, tendeu? Te ajudei da outra vezes e te ajudaria quantas vezes fossem necessárias.

Débora: Nessa situação foi diferente Rei.

Rei: Diferente como caralho???— falou nervoso.

Débora: Você conhece aquele desgraçado do Barão melhor do que eu Rei.— suspirei.— Você sabe que aquele homem não vale nada, ele não tem escrúpulos e assim que ele soubesse que a Manuella é filha dele, ele iria fazer um inferno nas nossas vidas. Eu não queria isso pra minha filha.

Rei: Pra sua filha ou pra você???— me encarou.

Débora: Você está achando que eu fiz tudo isso só pra me proteger?? Você só pode estar ficando maluco. Você está se ouvindo cara???— balancei a cabeça em negação.— Eu sei que errei, reconheço mas tudo que fiz, foi somente para proteger a Manuella. Ela é tudo que eu tenho nessa vida.

Rei: E tu acha que protegeu desse jeito caralho??? Tu só piorou tudo no bagulho. Agora mais do que nunca a Manuella está sendo visada por ele, tendeu?? Agora ele acha que a garota é minha filha e ela continua correndo risco de vida. Ele é meu inimigo caralho, tu esqueceu dessa parada???? Tu acha que esse acidente aí foi atoa? Não foi porra!!!

Débora: Eu sempre soube dos riscos mas eu também sempre soube que você iria proteger ela de tudo e todos.— ele me encarou.

Rei: E eu vou continuar protegendo. Independente dela ser minha filha de sangue ou não.

Débora: E eu te agradeço por isso.

Rei: Tu não tem que agradecer nada não, tendeu? Não tô fazendo por tu, é por ela!

Débora: Mesmo assim eu te agradeço.— ele ficou em silêncio.— Agora eu preciso ir, ela está me esperando.

Rei: Eu vou meter o pé pra minha favela também, tô cheio de bagulho pra resolver.— concordei.— Me aciona qualquer parada. Vou deixar uns seguranças aí fora na contenção de vocês.

Débora: Obrigada.

Ele me deu às costas indo embora e eu voltei para o quarto que a minha filha estava.

Ela estava dormindo e parecia estar em um sono pesado. Eu entrei no quarto, fiz barulho e ela nem se quer se mexeu na cama.

Puxei uma das cadeiras que tinha no quarto e sentei ao lado da cama e fiquei admirando ela enquanto fazia um cafuné em seus cabelos.

Manuella: Mãe.— despertou.— Você demorou.

Débora: Oi meu amor.— disse sorrindo.— Eu estava conversando com a médica.

Manuella: E o que ela disse?

Débora: Que provalmente você perdeu a sua memória recente por conta do traumatismo.— ela me olhou preocupada.— Como você está se sentindo? Passou a dor de cabeça?

Manuella: Passou sim.— suspirou.— Mãe... Aquele pessoal já foi embora?— assenti.— Quem são eles? Até agora eu não entendi nada.— me encarou.— Aquela menina falou que era minha irmã? Como assim? Isso é verdade?

Débora: É uma história complicada filha.

Manuella: Mas eu quero saber.

Débora: Eu vou te contar tudo mas não agora, tudo bem? Agora você precisa descansar.

Manuella: Mas mãe...

Débora: Depois a gente conversa sobre isso meu amor, e eu prometo que te explico tudo.

Manuella: E o acidente? Foram às pessoas que estavam nos ameaçando??

Débora: Não tenho como te confirmar isso meu amor. A polícia está investigando.— ela me encarou desconfiada.— Esquece isso, tá bom? Tenta dormir mais um pouquinho.

Ela ficou em silêncio e eu agradeci mentalmente por isso. Não queria falar sobre esses assuntos com ela por enquanto. Ela acabou de passar por um trauma e por isso eu quero preservar-lá.

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