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Thiago|TH 🤯

Petrópolis, Rio de Janeiro.
18 de agosto, de 2024.

Larissa: Que saudades Thi!— me abraçou forte.

TH: Também estava com saudades minha pequena.— permanecemos abraçados.

Rei: E aí meu moleque, como tu tá?— me puxou pra um abraço também.

TH: Tô bem pô... Cadê a Manu?— encarei eles.

Larissa: Ela esqueceu o celular dela no carro e voltou pra buscar.— assenti aliviado.

Rei: Tu deu uma engordada, papo reto!— falou rindo.

TH: Ih ala. Engordei a onde pô?? Tô treinando pra caralho na academia que tem aqui. Isso aqui é massa muscular, tendeu?

Larissa: Então quer dizer que agora você é fitnes?— disse rindo.

TH: Treinar é o único bagulho que ocupa minha mente nesse lugar pô.

Já faz mais de três meses que estou internado em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos. Decidi me internar por conta e vontade própria, depois daquele papo que a Manu trocou comigo.

Ela conseguiu abrir minha mente e me fazer entender a gravidade da situação que eu estava vivendo, tá ligado?? Naquele dia enxerguei o mal que eu estava causando pra mim mesmo e também para minha própria família.

Eu não conseguia aceitar que eu era um dependente da cocaína, pra mim eu sempre estive no controle da situação, achava que quando eu quisesse parar de usar, eu parava. Só que o bagulho não era assim, na verdade eu não tinha controle nenhum e nunca consegui parar de usar.

Está sendo muito difícil pra mim lidar com a situação que eu me encontro nesse momento, aqui eu me sinto preso, tá ligado?? E também tenho a sensação de estar sendo vigiado o tempo inteiro pelas pessoas, e o pior é que eu estou mesmo.

Também está sendo foda lidar com a saudades que eu sinto da minha família todos os dias, da minha casa e também da minha favela. Mesmo minha família vindo me visitar todo final de semana, não é a mesma parada, eu sinto uma falta do caralho deles.

Mas estou ciente que a decisão de me tratar foi a melhor que eu pude tomar, para o meu bem e também para o bem deles.

E agora três meses depois, eu posso dizer que estou me sentindo melhor, tá ligado?? Me sentindo outra pessoa no bagulho. Não está sendo um processo fácil mas eu tenho certeza que vai valer a pena no final.

Além de estar tratando o meu vício contra a cocaína, também estou passando por um acompanhamento psicólogico. No começo eu relutei um pouco pra aceitar que eu tinha que fazer essa parada, pra mim passar com esses bagulhos de psicólogo e psiquiatra era coisa de gente maluca, tá ligado?

Mas aí a minha irmã trocou um papo comigo sobre esses bagulhos, a Manu também e aí eu comecei um acompanhamento com uma psicóloga aqui da clínica.

E essa parada está me ajudando pra caralho, estou conseguindo entender melhor os meus sentimentos e traumas, tá ligado? E essa parada também me ajudou a lidar com o fato da Manu ser minha meia irmã.

Não posso dizer que aceitei essa parada, até porque eu acho que nunca vou consegui superar esse bagulho na minha vida. É foda lembrar que eu me envolvi com a minha própria irmã, só que agora estou aprendendo a lidar melhor, tá ligado?

Só que eu também não posso negar que ainda é um bagulho foda pra mim, e estar ao lado dela me faz lembrar várias paradas e isso me deixa mal, só que ao mesmo tempo a presença dela me faz um bem do caralho. É um bagulho complicado...

Manuella: Cheguei gente.— falou sorrindo.— E aí Thiago, como você está?— me cumprimentou com um beijo no rosto.

TH: E aí pô. Tô tranquilo e tu?

Manuella: Tô bem também.

TH: Pensei que tu não tinha vindo hoje.

Manuella: Eu esqueci meu celular lá no carro e voltei pra buscar.

TH: É.. o coroa falou.— ela sorriu sem mostrar os dentes.

Desde quando me internei aqui na clínica de reabilitação, a Manu veio me visitar todos os finais de semanas. Eu já falei pra ela um monte de vezes, que ela não tem que parar a vida dela e se desgastar vindo até aqui só pra vim me visitar, mas ela é teimosa pra caralho, tá ligado??? Eu falo os bagulhos mas entra por ouvindo e saí pelo outro. Mandada demais essa loira, papo reto!

Xxx: Com licença família, o almoço já está sendo servido no refeitório.— uma das funcionárias da clínica nos avisou.

TH: Valeu aí, já estamos indo.— ela assentiu.

Depois que almoçamos, a gente passou o restante da tarde no jardim da clínica trocando um papo sobre como estava indo o meu tratamento, e a também Larissa estava me atualizando sobre às últimas fofocas do morro. Essa gosta de falar da vida dos outros, papo reto!

Larissa: Adivinha quem tá grávida Thiago???

TH: Quem pô?— perguntei curioso.

Larissa: A Mileninha da rua 9.

TH: Papo reto mano???— ela concordou.— E quem foi o corajoso que meteu o pau naquela ist ambulante?— ela riu.

Larissa: O teu segurança. O Lc.— neguei rindo.

Encarei a Manuella de longe, ela estava admirando o lago que tinha no jardim e eu resolvi ir até lá, pra falar com ela.

Eu percebi que ela estava estranha hoje, ela sempre gosta de perguntar como está sendo às coisas aqui na clínica, e hoje ela estava toda quieta, não me perguntou nada e estava bem distante de todo mundo. Já estranhei logo, né? 

TH: Tu tá bem mesmo mano??— ela me encarou.

Manuella: Tô sim.— sorriu sem mostrar os dentes.

TH: Tem certeza Manu???— encarei ela.— Tu tá caladona hoje.

Manuella: Problemas com a minha mãe. Discutimos ontem.

TH: Porque pô??

Manuella: Pelo mesmo motivo de sempre.— ela suspirou.

TH: Daqui a pouco vocês estão de boa de novo.

Manuella: É... Assim eu espero.— assenti.

Rei: Deu nossa hora filho.— tocou no meu ombro.— Vamos meter o pé Manu?— ela assentiu.

Larissa: Aí Thi, já estou com saudades de você!— falou me abraçando.— Fica bem, tá?? Domingo estamos aqui de novo. Te amo!

TH: Também te amo minha pequena.

Rei: Fica com Deus moleque e se cuida.— fez o toque comigo.

TH: Pode deixar pô.

Manuella: Tchau.— me abraçou.— Se cuida viu.

TH: Tu também pô.— ela assentiu sorrindo.

Fiquei encarando eles indo embora e já me bateu logo uma tristeza, tá ligado?? Era foda ter que se despedir deles toda vez. Me batia logo uma sensação estranha no peito.

Não vejo a hora de poder meter o pé daqui de uma vez e voltar pra minha casa, pro meu morro, voltar pra minha vida, tendeu??

Essa semana eu vou passar por mais uma avaliação médica e eu espero receber a notícia da minha alta, papo reto!

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MINHA PERDIÇÃO - EM ANDAMENTO.Onde histórias criam vida. Descubra agora